Bernandro Garichochea
Bernando
Garicochea nasceu em 07 de setembro de 1870 na Espanha, mais precisamente nos
Pirineus, cordilheira que divide esse país com a França. Por volta de 1882, o
governo espanhol estava recrutando jovens para lutar em defesa de uma de suas
colônias na África. Martin e Josefina Garicochea, pais de Bernardo, sabendo
disso, mandaram o filho, na época com apenas 12 anos, para Buenos Aires. A
viagem de navio durou meses e muitos morreram pelo caminho. Quando o menino chegou
à Argentina tratou de avisar logo os pais que tinha chegado “são e salvo”. Após
alguns anos transferiu-se para Melo, no Uruguai, e dali, tempos depois veio
para Bagé. Na Rainha da Fronteira se “aquerenciou” e convidou seus pais para
ali habitarem.
Chegando ao Brasil, Martin comprou, na década de 1890, um terreno na Rua Marcilio Dias, esquina com a Rua da Praça dos Voluntários (atual Ismael Soares). Ali construiu sua residência e montou uma padaria para seu filho, com o nome de “Padaria Hespanhola” e Razão Social “Garicohea e Cia”. Mais tarde, Bernardo casou com Berta Fischer Lanicca, suíça, filha de um engenheiro da estrada de ferro. Em 1924 foi presidente da Sociedade Espanhola de Bagé. Anos após, Osvaldo, um de seus filhos, passou a ajudá-lo no trabalho da padaria. Na década de 1930, Bernardo adoeceu e alugou parte do prédio. Nesse período continuou produzindo na padaria somente na forma de “reparte” e seus produtos eram distribuídos pela cidade através de carroças.
Padaria Hespanhola
Em
1940, Osvaldo assumiu a padaria, fazendo sociedade com o Sr. Jarbas Maciel, que
comprou 75% do negócio. Foi nesse período que a empresa mudou de nome, passando
a chamar-se “Padaria Continental”.
Padaria Continental
Poucos
anos após, durante a Segunda Guerra Mundial, a padaria era a única que fornecia
pães e bolachas para os quartéis da cidade. Para isto teve que se adequar a
vários padrões de segurança estabelecidos pelo Exército Brasileiro, dentre eles,
o fornecimento exclusivamente noturno e vidros dos balcões e janelas pintados
de preto.
Em
1970, Osvaldo comprou a parte de seu sócio, vindo a administrar o negócio até
1984, ano de seu falecimento. E foi nesse ano que seu filho, Ronaldo, conhecido
como “Neco”, assumiu a padaria, exatamente na época que cursava a faculdade de
engenharia eletrônica, na PUC, onde formou-se anos depois. Hoje a padaria é administrada por “Neco” e
seu filho Flávio, que continuam embalando seus produtos em sacos de papel, como
era antigamente, e que é ecologicamente correto. A Padaria é um exemplo de
sucesso ao longo dos tempos, pela qualidade de seus produtos, confirmando o que
diz o jornalista e radialista Edgar Muza: “Ninguém dura tanto tempo vendendo
porcaria”.
FONTE:
Lopes,
Cássio Gomes e Lucas, Edgard Lopes. “A
Rainha da Fronteira – Fragmentos da História de Bagé”, Bagé, Pallotti,
2015. 183 p
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMoramos em Porto Alegre mas somos nascidos em Bage onde nossa mãe se estabelece ate hoje e nao podemos vir sem frequentarmos diariamente a padaria onde somos muito bem atendidos e os paes sao inegualaveis.Parabens
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