A região do Campanha Gaúcha é uma grande coxilha onde fluem rios de águas históricas que encharcam nossos campos de memórias do passado. Um verdadeiro museu a céu aberto, torrão cultural, especial e exclusivo. Nossas cidades abrigam centenas de belos casarões antigos de vários estilos arquitetônicos, lembrança de um passado áureo.
Pelo nosso interior encontram-se lindas sedes de velhas estâncias, galpões, mangueiras e cercas de pedras construídas com mão de obra escrava.
Nossos rincões são repletos de requintados cemitérios, mausoléus, sepulcros e túmulos centenários, onde jazem os restos mortais de várias pessoas que fizeram parte da nossa história.
Todas essas singularidades fizeram com que a Campanha Gaúcha se tornasse um verdadeiro “tesouro histórico-cultural”, que naturalmente deveria ser conservado e valorizado, mas, infelizmente, não é.
Tanto na cidade, como no interior, vemos o descaso com nosso patrimônio histórico.
Ano após ano, diversos casarões antigos são destruídos para a construção de edificações modernas.
Várias sedes de estância e galpões centenários estão sendo desconfigurados ou virando taperas.
Numerosos cemitérios e túmulos arcaicos são constantemente violados por caçadores de joias e praticantes de bruxaria, magia negra e feitiçaria.
Muitas cercas e mangueiras de pedras estão sendo desmanchadas para a construção de calçadas, taipas de açudes, passagens de arroios e banhados; ou para dar lugar a lavouras de soja e florestamento de acácias e eucaliptos.
É, caros leitores, essa indiferença é desoladora, como dizia o Paulinho Mixaria em seus versos: “Coisa bem triste essa tristeza”. Por isso, venho aqui convidar a todos para unirmos esforços para mudar esse triste cenário, caso contrário, corremos um grande risco de no futuro não termos patrimônio histórico para mostrar às próximas gerações.
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