quinta-feira, 21 de junho de 2018

A MULHER DE BRANCO E OUTRAS HISTÓRIAS DA ESTÂNCIA JAGUARÃO/CABANHA CAMBUATÁ

Foto site "Portal das Missões"


A Cabanha Cambuatá ficava localizada no lado esquerdo da estrada do Jaguarão Grande, sentido Dario Lassance/Passo do Netto e era de propriedade de Alberto Wolff Maistein. Hoje, território pertencente ao Assentamento Roça Nova, em Candiota.
Na década de 1990, Maistein adquiriu a Estância Jaguarão Grande de Gervásio Silveira. Posteriormente, trocando seu nome para Cabanha Cambuatá. Na época, Alberto contratou, para seu capataz, Carlos Vanoli, que trouxe a família junto.
Num rodeio por Bagé, antes de vir para a Cabanha, Vanoli comentou com um amigo que ia trabalhar na Estância Jaguarão Grande, sendo alertado por esteque o lugar era mal assombrado; porém, Vanoli não deu importância para o caso e se foi de mala e cuia para a cabanha.
Nos primeiros meses, tudo corria normalmente, e a paz reinava pelos campos; mas, com o decorrer do tempo, começaram a acontecer coisas estranhas. A esposa Maria Joaquina Silva Vanoli, constantemente, enxergava um porco preto que, toda sexta-feira, à noite, passava em frente à sede da cabanha, toreava a cachorrada, cruzava por dentro do galpão, passava por uma pequena cancela e se mandava “a la cria” em direção ao mato. Os cachorros nunca ultrapassavam esse ponto e, sempre, retornavam ouriçados.
Em outra ocasião, dona Maria estava assistindo à novela, na sede da estância, e enxergou uma mulher de branco, sentada num sofá da sala onde estava. Maria não fez caso e, antes de sair, desligou a televisão e foi contar o acontecimento para o marido. Quando retornaram ao local, a televisão estava ligada e o ambiente tomado por um perfume feminino.
Certa feita, a peonada estava campereando e avistaram, ao longe, um homem montado em um cavalo lubuno, que vinha repontando a cavalhada e, quando chegaram perto, o tal homem tinha sumido. Muitos,aliás, achavam que o referido sujeito era idêntico a um antigo peão da estância, que há anos havia morrido.
Em outra ocasião, escutaram sons de cascos, relinchos e escaramuçadas de um cavalo tordilho, montado por um cavaleiro misterioso, que adentrou no galpão, tinindo esporas e atravessou a parede em direção ao mato.
Um ano após, Walter Carrasco, conhecido popularmente como “Castelhano Walter”, foi contratado para fazer um serviço no alambrado da cabanha. Para poupar tempo e terminar a empreitada mais cedo, resolveu pousar na estância. O único local disponível, para isso, era um quartinho que muitos diziam ser assombrado; porém, Castelhano de nada sabia sobre o fato. Certa noite, pela madrugada, Castelhano foi despertado violentamente por um homem que o esgoelava, do que defendeu-se de pronto, socando o tal indivíduo e, quando se deu por conta, não tinha ninguém no quarto.
Aqui foram relatados apenas alguns dos muitos casos ocorridos no local. Com certeza, muitos outros caíram no esquecimento ou foram levados com seus personagens. Devido a tantos sinistros que aconteceram na propriedade, foi chamado um padre, que exorcizou o lugar. Após isso, graças a Deus, a paz e a tranquilidade voltaram a reinar naquelas paragens.

FONTE:

Lopes, Cássio Gomes. “Mistérios da Noite – Causos de Assombrações”, Bagé, Pallotti, 2014. 88 p

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