segunda-feira, 25 de junho de 2018

CAPÃO DE MATO

Capão de mato - Foto acervo "Três Passos News"


"Capão" é o nome que designa uma pequena porção de mato, isolado no meio do campo, geralmente em forma circular. A palavra de origem tupi-guarani possui duas etimologias: Caá-pãu que significa "ilha de mato" e Caá-apoan que quer dizer "mato redondo". O termo faz parte da nomenclatura de algumas cidades gaúchas: Capão do Leão, Capão da Canoa, Capão Bonito e Capão do Cipó. E também serviu de inspiração para denominação de diversas estâncias rio-grandenses, principalmente na Região da Campanha (Capão da Erva em Aceguá; Capão Bonito e Capão Alto em Bagé). Pelos capões do nosso estado se travaram muitas refregas e combates durante as guerras e revoluções: Capão do Erval (Revolução Farroupilha – 22/4/1835); Capão do Leão (Revolução Farroupilha – 15/4/1837); Capão do Boi Preto (Revolução Federalista – 5/4/1894) e Capão Bonito (18/3/1923). O capão é uma formação vegetal típica do Brasil meridional, mas também pode ser encontrada em boa parte dos países sul americanos, principalmente naqueles que compõem a região do pampa. O capão de mato faz parte da nossa cultura, tanto que suas características, importância e utilidade foram imortalizadas pelo grupo “Os Serranos”, por meio da canção de mesmo nome, gravada em 1986: “Capão de mato com linda e verde grama/Lugar que o angico e o cedro fazem morada/E onde a mutuca tira o gado em tempo quente/E onde o vivente sempre encontra boa aguada. Capão de mato traz abrigo contra o tempo/Dos temporais ou nos dias de sol a pino/É verde mina de goiaba e de pitanga/Berço da canga que eu fiz para o brasino. Capão de mato onde o pinheiro se levanta/ E a sua taça oferece ao criador/Num brinde pleno de ternura e de pureza/Ante à grandeza de tão raro esplendor. Capão de mato que me deu cabo de relho/Me deu palanque, porteira, casa e galpão/Deu alegria de fazer por vez primeira/Numa clareira, sapecada de pinhão. Capão de mato segurança da peonada/De no inverno encontrar a proteção/Queimando lenha, grimpa e nó de pinho/Devagarinho no velho fogo de chão. Capão de mato onde o mulita se esconde/Onde o sabiá canta versos com entono/Eu só espero que jamais haja ganância/De lá na estância perturbarem o teu sono.”
Fontes:
Glossário etimológico tupi-guarani: termos geográficos, geológicos, botânicos, zoológicos, históricos e folclóricos de origem tupi-guarani, incorporados ao idioma nacional/L.F.R Clerot – 1ª reimpressão, Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, Conselho Editorial, 2011. 514 p. (Edição Senado Federal; v. 143).

http://osserranos.com.br/discografia/2
https://www.letras.mus.br/os-serranos/281936/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cap%C3%A3o

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