quarta-feira, 20 de junho de 2018

A MOÇA DE BRANCO E AS MOEDAS DE OURO

No ano de 1979, dona Neli trabalhava como cozinheira, numa estância na zona rural de Pinheiro Machado-RS.
Numa noite de verão, desse mesmo ano, estava dormindo tranquilamente em seu quarto, quando, de repente, foi despertada por um barulho. Acendeu o lampião e deu de cara com uma moça de branco, que lhe falou para que não tivesse medo; pois tinha uma notícia boa para lhe dar. Dona Neli tentando manter a calma, escutou atentamente o vulto, que lhe disse:
- Tenho um dinheiro para lhe entregar. É só me seguir, que lhe mostro onde está!
Nesse momento, a moça saiu do quarto lentamente, atravessando a janela, que estava fechada. Neli a seguiu, percorrendo uma distância de aproximadamente trezentos metros, até chegar numa cerca de pedra, onde a moça indicou o lugar onde estava escondida uma panela cheia de moedas de ouro. Com o tesouro em mãos, Neli retornou bem faceira para casa e o escondeu embaixo do colchão de sua cama.
No outro dia, pela manhã, como de costume, seu filho Antônio ia para a escola, mas acabou desistindo em virtude de um temporal repentino.
Ao retornar para casa, flagrou a mãe contando as moedas e, mais que ligeiro, foi revelar o acontecido a seu pai, conhecido como “João da Gaita”, que de pronto, se bandeou em direção ao quarto e exigiu que a esposa repartisse o dinheiro com ele. Neli, constrangida, aceitou partilhar o montante com o marido que, de posse do mesmo, foi imediatamente à cidade e, por lá, negociou as moedas, por meia dúzia de pilas, com um senhor, conhecido popularmente, como “Chicão”. Meses depois, João gastou todo o dinheiro e, não se contentando, tomou o restante das moedas da esposa, vendendo-as novamente para o mesmo comprador. Dizem que, após isso, dona Neli ficou totalmente arrasada, “perdendo o chão” e apresentando sérios problemas psicológicos.

FONTES: 

Lopes, Cássio Gomes. “Mistérios da Noite – Causos de Assombrações”, Bagé, Pallotti, 2014. 88 p.

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