Antigamente, a vida na campanha gaúcha era diferente. Tanto crianças quanto adultos e idosos levantavam cedo. Tinham deveres e obrigações. Frutas, grãos, cereais, verduras e legumes eram produzidos pelas próprias famílias em lavouras, hortas e quintas sem o uso de agrotóxicos. Os animais para o consumo eram criados em campos, chiqueiros e galinheiros com alimentos e rações saudáveis e isentos de anabolizantes e hormônios. A maioria dos trabalhos tanto na cidade, como na zona rural, eram manuais e braçais e, naturalmente, exercitavam o físico. Esportes e atividades recreativas eram realizadas ao ar livre. Muitos percorriam longas distâncias a pé ou a cavalo, pois os meios de transportes disponíveis eram a tração animal e não eram todos que dispunham do mesmo, pois eram raros os veículos automotores. Na maioria dos lugares, não havia energia elétrica e os meios de comunicação eram o rádio e jornal, privilégio de poucos.
Toda essa rotina e realidade fez com que a geração de nossos pais e avós, em meio a muitas dificuldades, se tornasse mais forte e saudável.
Hoje em dia, não necessitamos mais capinar uma horta, podar uma quinta, varrer pátios grandes, tirar leite de vacas, dar lavagem para os porcos e milho para as galinhas e cavalos, andar léguas a pé ou a cavalo, tomar banho frio...
A maioria das atividades de trabalho que desempenhamos, realizamos sentados em frente a um computador e em ambientes fechados. Os alimentos são tapados de agrotóxicos e anabolizantes. Maior parte da população é sedentária e não pratica nenhum tipo de atividade física. Entidades esportivas, recreativas e tradicionalistas estão fechando as portas por falta de atletas e associados. Enfim, as facilidades do mundo moderno nos transformaram em uma geração acomodada, preguiçosa e apática. Seres humanos cada vez mais frágeis e debilitados; “corpos esgualepados” apresentando problemas de saúde cada vez mais cedo. E, mesmo assim, infelizmente não procuramos criar alternativas para mudar essa triste realidade.
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