Esses campos inicialmente pertenciam à antiga
Fazenda São Sebastião de propriedade do Comendador José Martins Coelho. Após sua
morte, a fazenda foi desmembrada e a área foi herdada pelo seu filho, o
tenente-coronel Felicíssimo José Martins Coelho, que fundou a Estância do Sobrado.
Felicíssimo veio a falecer em sua estância, em 13 de fevereiro de 1893, em
plena Revolução Federalista, e está sepultado no Cemitério da Guarda, cerca de
2.300 metros a Sudeste da sede da propriedade. 1
Ele é pai de Maria Angélica Martins casada, segunda
vez, com Pedro Marques Nogueira. Avô de Inocente Martins Nogueira casado com
Maria das Merces Lucas Gaffrée. Bisavô paterno de: Alaide, Ondina, Juliana,
Araci, Irene, Nair, José, Darci e Scylla (Scila) Gaffrée Nogueira Médici, casada
com
o General Emílio Garrastazu Médici, 23º presidente do Brasil. 2
o General Emílio Garrastazu Médici, 23º presidente do Brasil. 2
A Estância do Sobrado está localizada sobre a Coxilha de
São Sebastião, no Distrito dos Olhos D'água, interior de Bagé, a
aproximadamente 20 quilômetros do centro da cidade. Abriga um casarão em estilo
colonial português, cujas
soberbas linhas fazem lembrar as construções senhoriais do Nordeste. No alto da
porta de entrada, tem esculpida a data de sua construção: 1864.
O edifício conserva o que tem de original: assobradado á frente, dispõe de 22 peças; aos fundos, ostenta um agradável pátio interno.
O edifício conserva o que tem de original: assobradado á frente, dispõe de 22 peças; aos fundos, ostenta um agradável pátio interno.
Uma das curiosidades
que apresenta herança da atividade escrava, que constituiu fato normal nas
fazendas, são as mangueiras de
pedra, em formato circular e de tamanhos variados.
Após Felicíssimo, a
estância teve os seguintes proprietários: Pedro Marques Nogueira,
Inocente Martins Nogueira e Homero Fagundes, pai do atual proprietário, Homero
Salis Fagundes.
Ao que tudo
indica, foi no período em que pertenceu
a Inocente Nogueira, quando sua
extensão era de 60 quadras, que
a propriedade teve seu período de maior
progresso. O zelo e o orgulho de seu
dono, de forte temperamento e
não menor determinação e prestígio, que usufruía de alto conceito, transformou a herdade, sobretudo em relação à pecuária, numa
das mais importantes do estado. Foi
uma das pioneiras na seletividade
do rebanho, com a diversificada criação do gado bovino, ovino e eqüino. E o proprietário fazia questão
de importar os reprodutores da Argentina, pois freqüentava a Exposição de Palermo. Foi também a primeira fazenda a instalar telefone,
além de um aerodínamo que lhe supria
as necessidades de energia para iluminação e abastecimento de água.
Mesmo não se dedicando à agricultura a fazenda era autossuficiente em
frutas, verduras e legumes, cultivados em sua própria horta e pomar.
Uma
ocasião especialmente festiva na Estância do Sobrado eram os dias de marcação do gado quando se
reuniam mais de cinqüenta
convidados. O evento terminava num grande churrasco, ao som de gaitas
e violões.
e violões.
O espírito empreendedor de Inocente
Nogueira, no entanto, estendia a área urbana, onde causou verdadeira agitação
ao passar pela primeira vez, com seu automóvel, o primeiro de marca Chrisler
que entrou na cidade. Usou-o também para derrotar os fazendeiros rivais,
classificando-se como vencedor da “Batalha de Flores” que ocorria no mês de
novembro, todos os anos, na cidade. Na oportunidade decorou o veículo dando-lhe
a forma de cisne.
Sua filha, Irene Nogueira
Salis era casada com o Dr. Eurico Salis, escritor,
médico e bacteriologista, cuja pesquisa sobre o barbeiro e o
mal-de-chagas lhe valeu convite para aprofundar os estudos na França. Foi autor
dos livros: “História de Bagé” e “O Solo e o Homem do Rio Grande”. Pertenceu à
Academia Rio-Grandense de Letras. 3
FONTES:
3 Pinto, Lourdes Noronha. “Antigas
Fazendas Do Rio Grande Do Sul”, Porto Alegre, Grafic-offset, 1989. 214 p.
Quando era criança ia la é muito linda
ResponderExcluir