quarta-feira, 20 de junho de 2018

AINDA EXISTE FAUNA NO PERÍMETRO URBANO DE BAGÉ

Veado campeiro clicado na Chácara Vitória Munhoz, 
anexo bairros: Laranjeiras, São Bernardo, São Jorge e São João. 

Bagé é cortada por diversas sangas e arroios, afluentes do rio Negro. E foi justamente essa abundância de água que levou Dom Diogo de Souza a montar acampamento para abrigar seu exército, fato que culminaria na fundação de nossa cidade, em 17 de julho de 1811. Podemos citar como nosso principal curso de água o Arroio Bagé, que nasce da confluência de outros dois, o “Tábua” e o “Perez”. Naturalmente, nos primórdios, esses arroios eram límpidos, com belas matas, repletas de várias espécies de animais silvestres. Muitas pessoas, acima de 50 anos, afirmam que, em sua infância e adolescência, cansaram de tomar banho e pescar nesses flumens. No entanto, a partir da década de 1960, esse cenário mudou, devido ao crescimento populacional, onde muitos loteamentos foram instalados próximos desses arroios, poluindo-os,diminuindo consideravelmente suas matas e afugentando seus animais. Já na metade da década de 2000, a construção da fase C da Usina Termelétrica Presidente Médici, em Candiota, e a instalação da Universidade da Região do Pampa (Unipampa) estimularam o crescimento da construção civil na região, fazendo com que surgissem novos condomínios, residenciais, apartamentos e bairros em Bagé, causando danos ambientais para nossos rios. Entretanto, mesmo com todos esses percalços, ainda podemos encontrar algumas sangas e florestas preservadas e animais silvestres dentro do perímetro urbano, como é o caso do riacho denominado “Salso”, na zona norte, que divide a reserva ambiental “Chico Mendes” e a chácara “Vitória Munhoz”. Esta possui trilhas por entre a mata, que eram utilizadas para corridas de motos, onde caminho com frequência. Ali pude contemplar diversos tipos de pássaros selvagens (jacu, sabiá, pombões, saracura, maçarico, socó boi, falcões e gaviões), bem como, por duas vezes, um veado campeiro. Entre os bairros Brum e São Martim, avistei um “mão pelada” saindo de dentro de uma mata de arbustos espinhosos, que fica localizada atrás do reservatório de água do Daeb.  Também tive a felicidade de ver um capincho (capivara) em pleno centro da cidade, andando tranquilamente na rua Santos Souza, esquina com a Marcílio Dias. Na oportunidade, algumas pessoas aproveitaram para registar através de fotos esse rico momento, no qual o animal parecia nem se importar. Próximo a esse local, existe a famosa “Panela do Candal”, na qual várias espécies de aves silvestres vêm em bando aos finais de tarde pousar nas frondosas árvores as margens do Arroio Bagé, colorindo a paisagem com suas plumagens e embelezando a atmosfera com a sinfonia de seus cantos. Portanto, ainda existe fauna no perímetro urbano de Bagé e ela precisa, acima de tudo, ser preservada. 

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