Gavião Quiriquiri - Foto acervo autor
Trata-se de um pequeno falcão encontrado desde o Alasca e
norte do Canadá até o extremo sul da América do Sul. No Brasil, é avistado em quase
todas as regiões. Pode ser achado em campos, pastagens e à beira de rodovias.
Também conhecido como falcão-americano, falcão-quiriquiri, gavião-mirim,
gavião-rapina e gaviãozinho.
Seu nome "quiriquiri" é uma onomatopéia de sua
vocalização que repete várias vezes, "gli-gli-gli, i-i, i, i, i".
Mede entre 21 a 31 cm de comprimento e pesa cerca de 80 a
165 gramas. Apresenta acentuado dimorfismo sexual na plumagem, o macho é
cinza-azulado no alto da cabeça e asa, enquanto as costas e a cauda são
marrom-avermelhado, finamente estriadas de negro e uma faixa negra subterminal
na cauda. As partes inferiores são brancas, com pontos negros no peito e
barriga, mais densos nos lados do corpo. Possui um desenho de lágrima, negra,
abaixo do olho e uma outra linha vertical no lado da cabeça. A fêmea tem as
costas e asas marrom-avermelhadas, com as estrias negras finas, sem o cinza
azulado do dorso do macho ou a faixa negra subterminal na cauda. As partes
inferiores são de tom marrom-alaranjado claro, com riscos finos, verticais e
negros, sem o padrão de pontos do macho. O desenho e cores da cabeça são idênticos.
Os jovens são iguais aos adultos, já saem do ninho com a plumagem do sexo
correspondente.
Alimenta-se principalmente de invertebrados, como
besouros, libélulas e aranhas. Eventualmente, apanha pequenos vertebrados, como
camundongos, cobras, morcegos e aves. Caça a partir de poleiros fixos, naturais
ou artificiais (como os fios ao longo da estrada). Além de apanhar a presa a
partir do poleiro, também costuma “peneirar” (voo no mesmo lugar). A presa é
capturada e morta no solo, sendo carregada depois para o poleiro. Também remexe
o solo de gramíneas, de onde ergue voo com pequenos artrópodes presos em seu
bico.
Em épocas de revoadas de insetos, pode caçar saúvas,
libélulas e cupins em voo.
Não constrói ninho, nidifica em ocos naturais ou
artificiais, como cavidades em árvores, buracos feitos por pica-paus,
estruturas em postes, edifícios e ninhos abandonados de outras aves. O local do
ninho pode ser utilizado por vários anos consecutivos. Pode colocar até quatro
ovos, que são brancos com pequenas manchas de coloração castanho-claro e
marrom-avermelhado. Grande parte da incubação é realizada pela fêmea com
período em torno de 27 a 30 dias. O macho é responsável pela caça, fornecendo
alimento à fêmea durante a incubação e aos filhotes, que saem do ninho entre 29
e 31 dias após o nascimento, e continuam dependentes dos pais por várias
semanas.
Também vive em áreas urbanas, rurais e outros ambientes.
Em áreas urbanas é facilmente visto pousado sobre postes, margens de estradas, fios
de eletricidade, antenas, tramas e mourões de cerca, de onde fica observando
insetos e pequenos animais no solo. É bastante territorial, o casal pode
realizar voos rasantes contra intrusos que passam nas proximidades de seu
ninho, inclusive contra gaviões muito maiores.
Através da prática da falcoaria vem sendo adestrado para
afugentar pombos em regiões industriais e outras aves que possam colidir com
aviões em aeroportos como Pampulha e Confins (Belo Horizonte), Galeão (Rio de
Janeiro), Salgado Filho (Porto Alegre), Eurico de Aguiar Salles (Vitória),
Lauro Carneiro de Loyola (Joinville) e Val-de-Cans/Júlio Cezar Ribeiro (Belém).
FONTES:
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