Justino Madeira,
conhecido popularmente como “Tino Madeira, nasceu em 18 de abril de 1901, em
Rio Negro, atual Hulha Negra. Filho de Manoel Madeira e Ignácia Madeira, numa
família de nove irmãos. Foi casado com Leontina Dourado, com quem teve a filha
Cecy.
Homem simples,
das lides do campo, não chegou a ser alfabetizado, tendo aprendido apenas a
assinar seu nome, mas, tinha uma característica ímpar: sabia fazer contas com
extrema agilidade, já demonstrando o grande tino comercial.
Começou suas
atividades no comércio comprando gado e abatendo para comercializar no açougue
de sua propriedade em Hulha Negra. Tempos depois, construiu as instalações de
um matadouro, podendo, então, aumentar a produção.
Mais tarde,
começou a comprar eucaliptos e, após o corte, comercializava a lenha em Bagé, para
a antiga CICADE. Outro empreendimento seu foi a extração de carvão mineral em
Hulha Negra, tanto em terras de sua propriedade, como arrendadas.
O transporte
desse carvão se dava por via-férrea, com o carregamento próximo as carvoeiras,
no local denominado Desvio São Geraldo.
Desde essa
época, sempre estimulou seus dois netos Ana Luiza e Justino Henrique a
estudarem e a acompanharem o seu trabalho; muito cedo eles o acompanhavam na
medição de lenha, ou então aprendendo a fazer o caixa no estabelecimento
comercial.
Com esse
espírito empreendedor, iniciou a plantação de eucaliptos em sua propriedade,
também explorados após o corte.
Algum tempo
depois, começa a investir na formação de um grande pomar, com uma diversidade
muito grande de frutas, principalmente cítricos, assistido pelo Eng.º Agrônomo
Nicanor Antônio Rish, seu amigo de longa data. Esse pomar contava com 1.360 pés
de frutíferas, consorciado com extensa plantação de morangos. Parte da produção
dele era comercializada em Hulha Negra, outra parte presenteada a amigos, gesto
que talvez fosse o seu maior prazer. Esse fato ainda é lembrado até hoje por
muitas pessoas, que já conheciam quando ele passava no seu jipe: acionava a
buzina e logo ia descendo com cestas ou sacos cheios de frutas.
Desde o início
de suas atividades, contou com a ajuda de sua esposa e filha, esta última
atuando na parte da contabilidade. Contava com três empregados fixos, na
quinta, no matadouro e no açougue e uma quantidade maior, variável no corte de
lenha e extração de carvão, tendo, em algumas épocas de safra, mais ou menos
trinta e seis funcionários.
Homem
desprendido, com caráter firme, sempre disposto a ajudar quem precisasse, sua
memória é lembrada até hoje, tanto pelos que conviveram com ele, como pelos que
ouviram contar a sua história.
Faleceu a 31 de
Janeiro de 1984, deixando esposa, filha, netos e os bisnetos: Rodrigo, Fernanda
e Ricardo.
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