Fernando Machado
de Sousa nasceu no dia 11 de janeiro de 1822, na cidade de Desterro, capital da
Província de Santa Catarina. Filho do Capitão Manoel Machado de Sousa e Dona
Josefa Bernardina de Sousa. Viveu a infância entre gente do Mar na Armação de
Itapocoroi.
Estudou nessa
capital de província em um colégio mantido pelos padres jesuítas, buscando os
rudimentos de uma carreira útil a si e a sociedade.
Fernando Machado
de Sousa foi um militar que só teve tempo para ser militar. E, como Luiz Alves
de Lima e Silva (O Duque de Caxias), de quem foi comandado muitas vezes, nunca
saiu da legalidade.
Com 16 anos
incompletos, em 09 de novembro de 1838, sentou praça no Corpo Provisório de
Desterro, como 1º Cadete. Não existe a equivalência com o que se chama hoje de
Cadete, tanto assim que, depois no dia 1º de fevereiro de 1839, foi promovido à
graduação de 2º Sargento. E subiu a escalada da carreira onde alcançou a
culminância de herói militar, galgando degrau por degrau com aplicação,
inteligência e sensibilidade: foi um militar mesmo e jamais um homem fardado.
O seu batismo de
fogo foi contra os farroupilhas no combate de Imaruí, em Santa Catarina, em 09
de novembro de 1839. Era Sargento-ajudante e muito interessado na carreira
militar. Quando em seguida participou na operação defensiva de São José do
Norte, RS, atacado pelos farroupilhas de Bento Gonçalves, já era alferes e
estava servindo no Batalhão da Serra. E no contingente militar comandado pelo
Barão de Caxias, lutou em São Paulo e em Minas Gerais, nos focos inflamados
pelo idealismo do Movimento Liberal de 1842.
No Rio Grande do
Sul, tomou parte ainda contra os farroupilhas de David Canabarro nos combates
de Ponche Verde (26/05/1943 - Dom Pedrito) e Porongos (14/11/1944 - Pinheiro
Machado) e foi dos muitos oficiais da guarnição de Alegrete, onde comandou a
tropa da legalidade o desassombrado Coronel Arruda.
Estava com 26 anos
incompletos quando foi promovido ao posto de Capitão, em 02 de Dezembro de
1847. Permutou com outro capitão a transferência do Batalhão e seguiu para a
guarnição militar do Rio de Janeiro. Todavia, de lá foi transferido para Minas
Gerais, onde ficou até novembro de 1849.
No inicio da
Guerra do Paraguai, estava no comando de um batalhão, com febre palustre, e
baixou para tratamento. Retornou ao teatro de operações como tenente-coronel e
foi comandar a 11ª Brigada de Infantaria, do 2º Corpo do Exército, em Curuzu.
Observando-se
todas as manifestações da sua bravura, a partir de Curuzu, tem-se o roteiro do
heroísmo que o levou a entrar para a história.
Curuzu, Passo da
Pátria, Tuiuti (nesta foi ferido com gravidade, porém afastou-se apenas o
necessário para os curativos); prosseguiu o roteiro: Potreiro Pires (lá uma
bala fura-lhe o boné e raspa-lhe o couro cabeludo); continua e participa
destacadamente, na operação da Linha Sauce; depois vem Curupaiti e Humaitá. E
avançando como lhe competia avançar, chega comandando a 5ª Brigada de
Infantaria às margens do rio Itororó; e comandando os batalhões de voluntários,
avançando a exemplificar como Chefe, cai ferido, agora mortalmente, já depois
de ter atravessado a ponte, em seis de dezembro de 1868, aos 46 anos.
O Coronel
Fernando Machado de Sousa possuía as seguintes condecorações: Medalha da Campanha
do Uruguai: as dignidades; Cavalheiro de São Bento de Aviz, Cavalheiro da Rosa
e Hábito do Cruzeiro.
Pela sua bravura
e heroísmo em defesa da pátria, foi homenageado com nome de rua na Capital
Gaúcha e em Bagé; e também nas cidades catarinenses de Chapecó e Lages. Além
disso, seu nome denomina o 63º Batalhão de Infantaria de Florianópolis, em
Santa Catarina, do qual é patrono desde 1986.
Fontes:
DONATO, Ernani.
“Dicionário de Batalhas Brasileiras”, São Paulo: IBRASA, 1996. 596p.
Jornal Minuano, Coluna
especial "Conheça sua cidade" 1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário