A família Lucas
de Oliveira foi povoadora de Candiota. No início do século XIX, ganhou uma
sesmaria de campo à margem direita do Arroio do Tigre. A sede da estância
ficava num platô, próximo à nascente de uma sanga, onde construíram um algibe,
para abastecimento da propriedade. Próxima à sede, que era composta por três
edificações, existe uma cerca e mangueira de pedras construídas com mão de obra
escrava.
Com o passar dos
anos, ao poucos, a estância foi sendo dividida, pelos constantes inventários,
até se tornar tapera. Próxima a ela, residia uma senhora por nome Armelinda (*)
que, na segunda metade do século passado, teria sonhado com o enterro de um
tesouro no local. Tempos depois, durante a noite, ela teria avistado, no mesmo
lugar, uma bola de fogo. Foi o sinal que necessitava para iniciar as buscas.
Procurou por vários dias e em diversos pontos até que, enfim, achou uma panela,
cheia de moedas de ouro e joias. Algumas fontes relatam que fora encontrada junto
ao algibe, outras que foi numa das paredes da tapera, e outras ainda, que foi
ao pé de uma enorme figueira, sendo esta a versão mais provável.
O tesouro achado
era tanto, que Armelinda não sabia o que fazer com ele. Até que teve a ideia de
pedir para seu irmão de confiança trocá-lo por moeda corrente. Este, após
efetuar o câmbio, infelizmente, se adonou do dinheiro e fugiu sorrateiramente,
sem deixar nenhum rastro.
Armelinda ficou
profundamente desolada e carregou por muitos anos essa amarga desilusão. Algum
tempo depois do acontecido, ficou sabendo que seu irmão estava residindo noutro
estado e que tinha sido acometido por várias desgraças, pois o dinheiro do qual
se apossara, se tornara uma maldição em sua vida.
(*) Nome
fictício usado para preservar a identidade da personagem.
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