Nasceu em 29 de maio de 1902, no Piraí,
interior do município de Bagé. Filho de Delfino Antônio Pacheco e de Maria José
Barboza.
Ainda criança, na localidade de
Piraí, quando já frequentava a escola, seu pai, costumava cobrar as lições para
verificar se os estudos estavam em dia. Uma vez, não soube responder os
questionamentos do pai, resolveu, então, conversar com seu primo, Felomeno,
para que ele o auxiliasse nos afazeres da escola para não ficar para trás;
depois disso pode provar para seu pai que mantinha seus estudos em dia, além de
sempre escrever com uma belíssima caligrafia.
Desde cedo, Delfino Filho
mostrou-se dedicado e descobriu uma forma de tocar os instrumentos que não
podia comprar: oferecia, para seus amigos, o conserto das gaitas que estavam
estragadas e depois disso aproveitava para aprender a tocá-las. Era despachado
e consertava vários objetos e, assim, ia descobrindo novas funções. E não
parava por aí: arrumava relógios, cortava cabelo, era carpinteiro e pedreiro.
Sua carteira de trabalho comprova que
foi joalheiro, industriário, agricultor. Tudo o que fazia era com muito
capricho e reconhecido pelas pessoas que com ele conviviam.
Posteriormente, contraiu matrimônio
em 1928 com Laurinda Leite Pacheco, com a qual teve os filhos: Dina, Zenaide,
Delci, Delmar, José, Maria, Delfino, Dilmo, Loiva, Adel, Nilta e Douglas.
Certa feita, acampou no mato com
seu filho Delci, a fim de cortar palha santa fé para fazer a cobertura da
escola do Piraí. Nesse momento, pediu para o filho ir até a casa de seu amigo Dorvalino
que residia próximo à Estância do Sobrado Velho, para buscar uma arma, afim de
capturar alguma caça que viesse surgir, para servir de alimento. Dessa forma,
ia ensinando seus filhos a realizar os afazeres que anteriormente aprendeu
sozinho. Muitos dos seus ensinamentos estão presentes até hoje na família
Pacheco.
Trabalhou nas épocas de safra, na
Cooperativa Bajeense de Carnes (Charqueada São Domingos), no período de 1º de
abril de 1942 a 09 de junho de 1962. Já no período contrário a safra, se
deslocava para a região do Piraí, para trabalhar na Estância do Portão, na
época, propriedade de Gideão Rato. Nessa fazenda, construiu um monumental conjunto
de cercas e mangueiras de pedra, que são utilizadas até hoje.
Por volta de 1963, mudou-se para
uma casa alugada localizada na vila de São Domingos, passando a fazer história no
bairro, auxiliando na organização e urbanização do local, tendo boa relação com
todos os moradores. Também cultivava hortas, onde compartilhava ensinamentos da
terra e plantação com seus filhos e demais interessados.
Mais tarde, construiu sua casa
própria no bairro, com ajuda dos filhos Delci, Delfino e Delmar. Após a sua
aposentadoria, seguiu trabalhando com construção de pedras, sua especialidade, fazendo
muros de porteiras, galpões, casas rurais e urbanas.
Delfino foi um homem honrado e
muito batalhador, trabalhando em diversos ofícios e passando por diversas
dificuldades, como por exemplo: percorrendo quilômetros de campos cobertos por
geadas de madrugada, para cumprir seu horário de trabalho, e assim proporcionar
uma qualidade de vida melhor a sua família. Ele e sua esposa, dona Santa (como
gostava de ser chamada), ensinaram e compartilharam tudo que aprenderam em sua
longa jornada, servindo de exemplo.
O casal costumava sentar na varanda
da casa ou embaixo das árvores de paraíso, para tomar um chimarrão. Delfino adorava
compartilhar com seus netos as famosas balas de banana ou, no horário do
almoço, o vinho açucarado – não só com açúcar, mas também com amor. Nos fins de
tarde, reunia os netos na calçada da sua casa para contar histórias por ele
passadas. Além disso, Delfino gostava de colher goiabas direto do pé nos fundos
de sua casa e dividir com seus netos nas tardes quentes de verão.
Faleceu em 10 de outubro de 1994,
deixando além da esposa e filhos, os netos: Claudete, Cleonice, Rangel, Edgar,
Clóvis, Milton, Elaine, Zolaine, Tatiane, José Ênio, Laura, Rita, Deicilene,
Delci, Andreia, André, Ana Eliza, Cleide, Cátia, Cintia, Mara, Roberto,
Jandrei, Michel, Rafael, Raquel, Roberta, Emerson, Juliano, Simone, Adriano,
Luciana, Roger, Anderson, Laura, Douglas. E também os bisnetos: Priscila,
Diego, Juliana, Jéssica, Leonardo, Fernanda, Francine, Douglas, Henrique,
Lucas, Emilene, Camila, Max e Roberta.
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