sábado, 2 de novembro de 2019

HOMENAGEM A MEU PAI



Valdeci Ritta Lopes nasceu no dia 15 de agosto de 1941, no Corredor da Bica (atual Corredor dos Barres), interior de Hulha Negra. Filho de Apolinário Corrêa Lopes e Jozima Ritta Lopes, sendo um dos mais novos dos onze irmãos.
A família residia num rancho de pau a pique, coberto com palha de santa fé, em um pequeno sítio, situado sobre uma coxilha, que divide as águas do Rio Negro e Arroio Jaguarão.
Jozima, além de cuidar dos filhos, cultivava uma horta de aproximadamente dois hectares. Apolinário, por sua vez, trabalhava como “tuco” (conservador de linha) da viação férrea, entre as estações Rio Negro (Hulha Negra) e Parada Duprat (fronteira entre Candiota e Hulha Negra).
Devido às dificuldades da época, Valdeci praticamente não aproveitou a infância, pois teve que trabalhar desde muito cedo, pastoreando as poucas reses da família, pelas estradas e corredores. Também não frequentou os bancos escolares, mas conseguiu ao longo dos anos, com muito esforço e dedicação, aprender a ler e a escrever de forma autodidata.
Durante a adolescência, trabalhou na colheita de uma lavoura de milho e com o pagamento desta, conseguiu comprar seu primeiro cavalo. Fato que causou admiração de muitos, principalmente aos mais velhos, que lhe perguntavam: “Como tu conseguiu comprar esse cavalo guri”? O que respondia: “Ué, trabalhando”. Posteriormente, trabalhou numa olaria.
Nesse tempo, era o auge dos bailes de rancho, do qual a muitos frequentou, principalmente, os que se formavam na Serra da Hulha.
Entre 1950 e 1960 prestou serviço militar no 3 º Regimento de Artilharia a Cavalo (atual 25º Grupo de Artilharia de Campanha de Bagé- 25º G A C), sendo um dos soldados destaques daquele ano.
Em 1961, mudou-se para Candiota, para tentar uma vaga de emprego na Usina Candiota I. Incialmente começou limpando valetas na Vila Residencial e cozinhando para colegas, em troca de pouso e comida. Após, prestou concurso e finalmente conseguiu se efetivar na função de serviços gerais.
Alguns anos pós, foi promovido a eletricista, realizando a manutenção de redes de linha de distribuição, tanto na cidade, como no interior.
Em paralelo a essa atividade, por muitos anos cultivou cebola crioula, produzindo sementes de excelente qualidade, que eram adquiridas por produtores do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Em 1990, após 29 anos de serviços prestados a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) enfim, aposenta-se na função de Eletricista de Distribuição II.
Na mesma década, montou um modesto tambo de leite, com o qual abastecia um pequeno número de clientes locais.
Em 1992, Candiota emancipa-se de Bagé, oportunidade em que se elege como vereador, sendo reeleito, por três mandados consecutivos.
Em 1996, conseguiu realizar um sonho antigo, de montar uma olaria, aproveitando a excelente argila da Capital Nacional do Carvão, produzindo tijolos de ótima qualidade que abasteciam o comércio local e cidades vizinhas.
Dentre suas qualidades destaca-se a composição de versos de improviso, boa retórica e capacidade de criar e consertar coisas.
Casou em primeiras núpcias (24/05/1967) com Sônia Regina Simões Valério, do qual teve a filha Iadi Susana. E em segundas núpcias (14/08/1980) com Vera Isabel Solares Lopes, com quem teve os filhos Cássio, Carla e Cláudio.
Há alguns anos, sua estirpe cresceu, com a vinda dos netos: Chiara, Guilhermina, Caetano, Solano e Lauren.
Foi através de seus LPs de música gaúcha, livros e memórias que pude despertar para literatura histórico-regional.

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