Jader Moreci
Teixeira nasceu no dia 30 de novembro de 1938, na Vila de Santa
Tereza, em Bagé. Filho de Lídia Teixeira e pai desconhecido.
Na Rainha da Fronteira, cursou o primário na Escola XV de
Novembro.
Pela impossibilidade da família de criá-lo, viveu em lar
adotivo do qual não trazia boas recordações. Mesmo com a vida difícil, obrigado
a trabalhar exaustivamente na lavoura e em lides campeiras, gostava muito de
música e chegou a vencer um concurso de calouros infantis na Rádio Cultura,
interpretando a música “O ébrio” (canção consagrada por Vicente Celestino).
Em 1949, se desentende com o padrasto e foge do lar
adotivo, empregando-se em algumas estâncias próximas à Vila de Santa Tereza,
onde passa a adolescência trabalhando com o gado e plantações. Certa feita,
quando estava no centro da cidade, teve a oportunidade de presenciar da janela
da Rádio Cultura a apresentação do cantor Pedro Raymundo.
Sempre gostou de
leitura, e um fato decisivo em sua vida foi que em uma das fazendas em que
trabalhou, havia uma bem sortida biblioteca. A patroa fazia gosto que o menino
tivesse acesso aos livros, chegando a dispensá-lo em determinados horários de
trabalho para que pudesse ler. Assim pode conhecer poesia, contos, novelas e
(sua predileção) a história.
Em 1957 parte
para Porto Alegre em busca da mãe, que só muito mais tarde, acabaria
encontrando-a e podendo abrigá-la. Na capital, passa a viver de serviços
braçais. Dormia e comia onde pudesse, chegando a dormir em bancos de praça.
Um dia, passando
em frente a um circo, vê uma placa: “Precisa-se de um palhaço”. Não perde a
oportunidade. Nesse circo começa a viver momentos felizes como o “Palhaço
Sabugo”. A parte musical do circo ficava por conta de uma dupla sertaneja, e o
jovem Jader aprende a cantar e tocar com os novos amigos. Logo estaria compondo
suas próprias canções do gênero.
Em 1959, forma
dupla própria com Leopoldo Lino dos Santos, ocasião que adota o pseudônimo
“Leonardo”. Com a dupla “Leopoldo e Leonardo”, consegue gravar três discos em
São Paulo, voltados para o mercado nacional, mais receptivo à música sertaneja
do que o Rio Grande do Sul.
Em 1962 forma
nova dupla com Deroí Marques: “Leonardo e Leonir”. Apesar de considerar sua
melhor dupla, nunca chegaram a gravar devido às dificuldades, que começavam a
surgir no mercado fonográfico. Era o início dos anos 60, um período de grandes
transformações na cultura brasileira e no mundo.
Em 1964, de
volta ao Rio Grande, percebe a grande força da música regional gaúcha que se
estruturava e que buscava mercado próprio. Com os irmãos Elmo e Bruno Neher
integra o grupo “Os Três Xirus”. Atinge sucesso nacional com a música “Baile da
Coceira”.
Em 1965, o
conjunto “Os Três Xirus” é indicado para representar o Brasil na Feira
Internacional de Santarém, em Portugal. A música “Baile da Coceira” repercute
intensamente naquele país, tornando-se o principal sucesso do carnaval de
Lisboa.
Em 1971, com o
grupo “Os Três Xirus”, faz o show de abertura da I Califórnia da Canção de
Uruguaiana, sendo, portanto, o primeiro músico a cantar no palco principal.
Em 1975, depois
de vários anos de sucesso, com dez discos gravados, sendo três em alemão para a
colônia gaúcha, deixa “Os Três Xirus”, passando a integrar o conjunto “Os
Vacarianos”. No final desse ano, resolve retomar a carreia solo.
Em 1976, vai a
São Paulo em busca de contatos com duplas sertanejas; consegue algumas
gravações, mas, sem a repercussão pretendida. Três meses depois, retorna para o
Rio Grande do Sul e passa a produzir o selo fonográfico “Querência”, pelo qual
trabalhou e lançou mais de 200 títulos e autores, entre os quais: “Gaúcho da
Fronteira”, “Os Mirins” e “Os Atuais”.
Em 1978, compõe
“Céu, Sol, Sul, Terra e Cor” e vence a III Ciranda Teuto Rio-Grandense de
Taquara, acompanhando pelo conjunto “Os Mirins”.
Em 1979, começa
a série de gravações individuais com o disco “Leonardo”, pela K-Tell.
Em 1980, é um
dos vencedores da I Guarita da Canção de Torres, com “Batismo do Sul”. No ano
de 1981 lança o LP “O Fumo”.
Em 1982, vence a
Califórnia da Canção de Uruguaiana, com “Tertúlia”, acompanhado pelo conjunto
“Os Serranos”. Lança o LP “Bagual de Chácara”, pela Discos Chororó.
Prossegue em intensa
série de show e lança o LP “Viva a Bombacha”, pela Chanteler.
Em 1984 sai pela
Gravações Elétricas, o LP “Morocha Não”, cuja canção título era uma resposta à
humorística “Morocha”, surgida em festivais.
Em 1986 vence a
Ciranda das Cirandas, festival que fazia um balanço de dez anos, onde
concorriam as vencedoras de cada ano. Leonardo havia vencido com “Céu, Sol,
Sul, Terra e Cor”, em 1978. Lança o LP “Carta à Uruguaiana”, pela Chanteler.
Em 1987, recebe
o título de “Compositor do Ano”, do Sindicato dos Compositores. Sai pela ACIT,
o disco comemorativo “Leonardo – 25 Anos”.
Em 1989 lança o LP
“Passo Fundo, Tchê”, pela ACIT. Um ano após, lança o disco “21 Grande Sucessos”,
pela ACIT.
Em 1991 Lança o
disco “Aos desgarrados”, pela ACIT.
Dois anos após, lança
o disco “O analista bem perto de Bagé”, mais uma vez pela ACIT. Em 1994 lança o
disco “Vivências” pela ACIT. Três anos após, vence o Festival Ronco dos Roncos,
em São Francisco de Paula.
Em 1997 Lança o
CD “Exageros de Gaúchos”, pela USA Discos.
Em 1998, de
volta à ACIT, lança “O Homem do Pala Branco”. Um ano após, recebe o troféu “Guri”,
da RBS, como destaque do ano. Lança o CD “As Mais Premiadas”, pela ACIT.
Em 2000 a canção
“Céu, Sol, Sul, Terra e Cor” é escolhida em enquete popular realizada pelo
jornal Zero Hora como a “Música Símbolo do Rio Grande do Sul”, entre as
principais músicas do século XX. Retornando à USA Discos, lança o CD “Dança do
Maribondo”.
Em 2001 lança o
CD “Só Sucessos”, pela USA Discos. Dois anos após, lança o CD “Os 16 Grandes
Sucessos”, pela ACIT.
Em 2004 lança o
CD “Pátria Azul”, pela Agevê Music.
Em 2008 lança o
CD “Só Sucessos - Acústico”, pela USA Discos.
Dois anos após,
lança o CD “35 Mega Sucessos”, pela Mega Tchê.
É, seguramente,
um dos maiores compositores da história do Rio Grande do Sul e, ao lado de
Teixeirinha e Elton Saldanha, um dos autores mais gravados por terceiros.
Foi casado em
primeiras núpcias com Sueli e, pela segunda vez, com Margarete Mählmann Teixeira,
do qual teve o filho Jader Moreci Teixeira Filho.
Desde abril de
2003, apresentava aos domingos um programa de música nativista na Rádio Guaíba,
chamado "Província de São Pedro".
Faleceu no dia 7
de março de 2010, em Viamão, deixando o filho e três netas.
Fontes:
Revista CEEE/Som
do Sul, Fascículo nº 7, Porto Alegre, Editora Alcance, 2002, 18 p.
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