sábado, 2 de novembro de 2019

DR. BRÁS MACHADO


Brás Coronel Machado nasceu em Bagé no dia 12 de julho 1926. Filho de Valdemar Amoretty Machado e Genny Coronel Machado.
Fez seus primeiros estudos com a professora D. Leopoldina, que lecionava na Escola Melanie Granier. Frequentou primeiramente a Escola São Luiz Gonzaga, do professor Pery Coronel Machado, seu tio, onde cursou o antigo científico. Após, concluiu o ginásio no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.
Depois, foi para Porto Alegre onde se formou em Medicina pela Universidade do Rio Grande do Sul (URGS), pós-graduando-se posterirormente no Hospital de Clínicas de São Paulo. Especializando-se na área de ginecologia e obstetrícia, inicialmente atuando em Novo Hamburgo; posteriormente, em Bagé a partir de 1955.
Contemporâneo de outros colegas: Jesus Ollé Vives, Joaquim Pedro Gaffrée e Antônio Fayad.
Foi funcionário do antigo INAMPS, sempre muito dedicado à profissão, clinicando por quase quatro décadas.
Em 15 de dezembro de 1958, casa-se com Maria Miranda Barcellos, professora, produtora rural e musicista, com a qual teve os filhos: Eduardo, Brás e José.
Quando contraiu núpcias, conviveu por dois anos na residência dos sogros, na mansão dos Barcellos, de Bernardino Vaz Barcellos, apelidado “Seu Bulica” e sua esposa Helena Miranda Barcellos. Esta casa que foi, em tempos mais recentes, a Casa Krause e, hoje, ocupada pelo Grupo JW, esquina Marcílio Dias com Bento Gonçalves foi construída por Nepomuceno Saraiva em 1912. 
Dr. Brás teve atuação nos hospitais de Bagé e, em muitos outros lugares, dentre os quais, onde hoje é a lateral da Câmara de Vereadores, entrada pela rua Senador Salgado Filho, ao lado do Banco Itaú, no mesmo ambiente do advogado Otávio Santos, os quais se revezavam; bem como, no Edifício Trás-os-Montes e, também, no Amélia Kalil.
Tinha estilo discreto e calmo para lidar com os anseios da saúde humana.
Adorava futebol, tendo sido goleiro do Ginásio Auxiliadora, do Ferroviário e dos Liberais, este formado por médicos, odontólogos e advogados.
Era torcedor ferrenho do Guarany Futebol Clube, colaborando muito com o clube, do qual foi presidente.  
Foi médico das entidades Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), Bagé Tênis Clube e Cantegril Clube de Bagé, onde se realizavam exames de praxe dos sócios que permitiam usufruírem dos banhos de piscina.
Pertencente a uma das mais tradicionais famílias bajeenses, chamava a atenção pelo jeito simples e despojado de atender seus pacientes, o chamado “espírito humanitário” e generosidade no atendimento dos pacientes; pois muitas vezes, além de prescrever a medicação, ainda alcançava o dinheiro àqueles menos favorecidos.
Igualou dita profissão a um verdadeiro sacerdócio! Por sua vez, a esposa acima referida, teve seus méritos, pois, durante vários anos acompanhou e se submeteu, a despertar no meio da noite, para proporcionar ao marido a tranquilidade dos plantões médicos e chamados de urgência, como aqueles provenientes do então serviço intitulado “SAMDU” - Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência da Previdência Social, cujo motorista era “Roberto Gatto”.
O filho Brás Barcellos Machado, recorda que o atual Vice-presidente da República, um dia, há mais de 40 anos, lhe falou: “O teu pai, o ‘tio Brás’, é uma excelente pessoa e um médico que muito bem tratou da saúde de minha mãe” [chamada Wanda Coronel Martins Mourão]. O termo ‘tio’ seria devido ao fato da mãe do militar Antônio Hamilton Martins Mourão ser prima do médico em questão. Uma expressão muito peculiar do renomado médico era dizer: “Está tudo otimamente ótimo”!
Como político, pertenceu ao MDB e PFL, tendo concorrido a vereador pelas duas legendas.
Faleceu em 06 de fevereiro de 1994, aos 68 anos, deixando a esposa e filhos. 
O legislativo municipal outorgou uma rua (antiga via pública n° 482) em sua homenagem no bairro Maurício Infantini Filho (Morgado Rosa) através lei n° 3.314/96.
A partir de 1955, se fizéssemos uma revisão estatística ou científica do número de pessoas nascidas -bajeenses- pelas mãos do referido médico e um dos únicos atuando na área da ginecologia e obstetrícia, teríamos, nada menos, do que algumas dezenas de milhares de cidadãos nascidos do apoio deste profissional. Essa observação deve-se pela exclusividade e brilhantismo de sua competência profissional e esmero praticado em vida. Considerando que a grande maioria dos médicos hoje atuantes na cidade sequer eram nascidos.
Fontes:
Depoimento de Brás Barcellos Machado que agradece ao articulista acima e a Edgard Lopes Lucas pelo apoio, estima e colaboração.
Câmara de Vereadores de Bagé
Jornal Correio do Sul – ano 1990
Jornal Minuano, Coluna especial “Conheça sua cidade”, 20 de maio de 1999.



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