Brás
Coronel Machado nasceu em Bagé no dia 12 de julho 1926. Filho de Valdemar
Amoretty Machado e Genny Coronel Machado.
Fez seus
primeiros estudos com a professora D. Leopoldina, que lecionava na Escola Melanie
Granier. Frequentou primeiramente a Escola São Luiz Gonzaga, do professor Pery
Coronel Machado, seu tio, onde cursou o antigo científico. Após, concluiu o
ginásio no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.
Depois,
foi para Porto Alegre onde se formou em Medicina pela Universidade do Rio
Grande do Sul (URGS), pós-graduando-se posterirormente no Hospital de Clínicas
de São Paulo. Especializando-se na área de ginecologia e obstetrícia, inicialmente
atuando em Novo Hamburgo; posteriormente, em Bagé a partir de 1955.
Contemporâneo
de outros colegas: Jesus Ollé Vives, Joaquim Pedro Gaffrée e Antônio Fayad.
Foi funcionário
do antigo INAMPS, sempre muito dedicado à profissão, clinicando por quase quatro
décadas.
Em 15 de
dezembro de 1958, casa-se com Maria Miranda Barcellos, professora, produtora
rural e musicista, com a qual teve os filhos: Eduardo, Brás e José.
Quando
contraiu núpcias, conviveu por dois anos na residência dos sogros, na mansão
dos Barcellos, de Bernardino Vaz Barcellos, apelidado “Seu Bulica” e sua esposa
Helena Miranda Barcellos. Esta casa que foi, em tempos mais recentes, a Casa
Krause e, hoje, ocupada pelo Grupo JW, esquina Marcílio Dias com Bento
Gonçalves foi construída por Nepomuceno Saraiva em 1912.
Dr. Brás
teve atuação nos hospitais de Bagé e, em muitos outros lugares, dentre os
quais, onde hoje é a lateral da Câmara de Vereadores, entrada pela rua Senador
Salgado Filho, ao lado do Banco Itaú, no mesmo ambiente do advogado Otávio
Santos, os quais se revezavam; bem como, no Edifício Trás-os-Montes e, também,
no Amélia Kalil.
Tinha
estilo discreto e calmo para lidar com os anseios da saúde humana.
Adorava
futebol, tendo sido goleiro do Ginásio Auxiliadora, do Ferroviário e dos
Liberais, este formado por médicos, odontólogos e advogados.
Era
torcedor ferrenho do Guarany Futebol Clube, colaborando muito com o clube, do
qual foi presidente.
Foi
médico das entidades Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), Bagé Tênis
Clube e Cantegril Clube de Bagé, onde se realizavam exames de praxe dos sócios
que permitiam usufruírem dos banhos de piscina.
Pertencente
a uma das mais tradicionais famílias bajeenses, chamava a atenção pelo jeito
simples e despojado de atender seus pacientes, o chamado “espírito humanitário”
e generosidade no atendimento dos pacientes; pois muitas vezes, além de
prescrever a medicação, ainda alcançava o dinheiro àqueles menos favorecidos.
Igualou
dita profissão a um verdadeiro sacerdócio! Por sua vez, a esposa acima
referida, teve seus méritos, pois, durante vários anos acompanhou e se
submeteu, a despertar no meio da noite, para proporcionar ao marido a
tranquilidade dos plantões médicos e chamados de urgência, como aqueles provenientes
do então serviço intitulado “SAMDU” - Serviço de Assistência Médica Domiciliar
e de Urgência da Previdência Social, cujo motorista era “Roberto Gatto”.
O filho
Brás Barcellos Machado, recorda que o atual Vice-presidente da República, um
dia, há mais de 40 anos, lhe falou: “O
teu pai, o ‘tio Brás’, é uma
excelente pessoa e um médico que muito bem tratou da saúde de minha mãe” [chamada
Wanda Coronel Martins Mourão]. O termo ‘tio’ seria devido ao fato da mãe do
militar Antônio Hamilton Martins Mourão ser prima do médico em questão. Uma
expressão muito peculiar do renomado médico era dizer: “Está tudo otimamente
ótimo”!
Como
político, pertenceu ao MDB e PFL, tendo concorrido a vereador pelas duas
legendas.
Faleceu
em 06 de fevereiro de 1994, aos 68 anos, deixando a esposa e filhos.
O
legislativo municipal outorgou uma rua (antiga via pública n° 482) em sua
homenagem no bairro Maurício Infantini Filho (Morgado Rosa) através lei n° 3.314/96.
A partir de
1955, se fizéssemos uma revisão estatística ou científica do número de pessoas
nascidas -bajeenses- pelas mãos do referido médico e um dos únicos atuando na
área da ginecologia e obstetrícia, teríamos, nada menos, do que algumas dezenas
de milhares de cidadãos nascidos do apoio deste profissional. Essa observação
deve-se pela exclusividade e brilhantismo de sua competência profissional e
esmero praticado em vida. Considerando que a grande maioria dos médicos hoje
atuantes na cidade sequer eram nascidos.
Fontes:
Depoimento de Brás Barcellos Machado que
agradece ao articulista acima e a Edgard Lopes Lucas pelo apoio, estima e
colaboração.
Câmara de Vereadores de Bagé
Jornal Correio do Sul – ano 1990
Jornal Minuano,
Coluna especial “Conheça sua cidade”, 20 de maio de 1999.
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