sexta-feira, 23 de julho de 2010

“Brasil, Meu Brasil Imposteiro...”

Ano passado recebi um e-mail, no qual traz o relato de viagem de um Brasileiro a nossa vizinha Argentina. Nele constam as grandes diferenças existentes entre alguns bens de consumo produzidos em nosso país, em relação aos mesmos bens produzidos na Argentina. Neles são citados:
1- Combustíveis:
Gasolina comum: (igual a nossa, mas sem álccol) 1,99 pesos=R$1,00
Gasolina Super: 2,30 pesos= R$1,15
Gasolina Fangio de alta octanagem: 2,89 pesos = R$1,45
Lembrando que nossa gloriosa Petrobras exporta para a Argentina gasolina a R$0,65.
O contrabando de gasolina na fronteira com o RS já foi motivo de uma reportagem da RBS TV. Nela um professor de uma universidade de porto alegre foi alertar para os “perigos” de se abastecer os carros brasileiros com a gasolina da argentina. Segundo ele, o motor pifa. Só ficou faltando à explicação de como os carros produzidos em larga escala aqui são exportados pra lá. Será um modelo especial? Pra mim o que pode acontecer é nossos carros engasgarem ao entrarem em contado com uma gasolina “pura” de verdade, pois estão acostumados com estas “garapas mixurucas” que nos vendem a R$2,89.
2-Veículos Novos:
Gol três portas power: 27.600 pesos (R$14.800,00)
Ford F250: 108.500 pesos (R$54.300,00)
Vectra CD: 82.600 pesos (R$41.300,00)
Ford Eco Export Diesel 4x4 (R$35.000,00)
Missan Frontier 4x4 22.000 dólares +ou- (R$44.000,00)
Dados coletados de uma agência de venda de veículos na cidade de Oberá (Província de Misiones). Vale ressaltar que praticamente todos os carros de quase todas as marcas, têm opção de virem com motor diesel.
3-Pedágios:
Na Argentina, as rodovias são mantidas em excelentes condições, custam a cada 300 km, 3,40 pesos ou R$1,70. Para nós gaúchos para se percorrer a mesma distancia o preço é de R$28,00. Existe uma explicação lógica para uma diferença tão brutal? Claro que existe: A exploração tributária por parte do estado que sangue-suga impostos extorsivos para bancar os salários exorbitantes e os privilégios das corporações estatais. Enquanto a burguesia estatal se locupleta com cartões corporativos, salários de R$ 25.000,00, carga horária reduzida, gratificações, passagens aéreas, diárias, horas extras não trabalhadas, etc.
De algum lugar tem que sair esse dinheiro. Do nosso bolso...
E o que fazemos para mudar essa realidade? Simplesmente nada!!! Pois é mais fácil colocar a culpa de nosso subdesenvolvimento nos países ricos e grandes potências mundiais, do que admitir que não conseguimos evoluir por única e exclusiva incompetência nossa, de um nação que adotou o conformismo e o coitadismo como lemas de sua bandeira.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 27 a 29 de Março de 2010.

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