sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

EXPEDIÇÃO “VILA DOS TUCOS – OS MORTINHOS”, CANDIOTA-RS

Em 1884, foi concluída a construção da estrada de ferro Rio Grande/Bagé. Em Candiota existia quatro estações e algumas paradas:

·        Bomba do Candiota (parada);
·        Estação Candiota;
·        Parada Apleby (mais tarde Estação Dario Lassance);
·        Estação Santa Rosa (Seival);
·        Parada Augusto Duprá.

No intervalo dessas existiam algumas vilas de “tucos” (como eram conhecidos os trabalhadores da rede ferroviária responsáveis pela manutenção e conservação da linha). Eles residiam com suas famílias em chalés de madeira e recebiam assistência médica e religiosa através de profissionais da própria RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima). 
O terreno entre as Estações Candiota e Dario Lassance era bastante instável. Constantemente cedia em alguns trechos, causando alguns acidentes. Os mais famosos foram o “do corte” e “os mortinhos” por ali terem sucumbido dezenas de pessoas. Conforme o relato de pessoas mais antigas, o trem descarrilhou e caiu num barranco. Com o impacto, a locomotiva pegou fogo, vitimando o maquinista que ficou preso nas ferragens.
                                                                                      Local do acidente "dos Mortinhos" 
                                     Foto Cláudio Greco Castañeda

 Poucos meses antes de falecer, seu Custódio Chagas, que trabalhou na RFFSA entre as décadas de 1950 e 1960, me concedeu uma entrevista relatando como foi o acidente do corte, no qual o trem descarrilhou e tombou interrompendo o fluxo da estrada de ferro. Conforme Chagas, quando acontecia um acidente desse tipo eram deslocadas várias turmas de “tucos” que trabalhavam sem cessar até desobstruir a via.
                              Custódio Chagas no acidente "do Corte"

Essa estrada foi desativada em 1969 e durante minha infância, nas décadas de 1980 e 1990 muitas vezes transitava por ali à cata de butiás. 
                          Antiga estrada de ferro era repleta de butiazeiros. 
                                      Foto Cláudio Greco Castañeda

Ali conheci o local do “corte”, dos “mortinhos” e onde ficava a vila de “tucos”, onde existia além de uma quinta de pereiras, uma gruta de águas cristalinas das quais eu sempre bebia.
                                                       Local onde ficava a Vila dos "Tucos"
                                                            Foto Cláudio Greco Castañeda

                                                 Quinta de pereiras
                                        Foto Cláudio Greco Castañeda

Transcorridos 15 anos, por volta de 2005, o proprietário do campo, infelizmente vendeu o local para extração de carvão. Em pouco tempo de atividade o lugar foi quase que totalmente devastado. Mas o “corte” ainda permanece conservado onde se pode ainda avistar algumas aves silvestres. 
                                            Foto atual "do corte" 

O banhado dos “mortinhos” esta tomado de cinzas e as águas que correm dele são avermelhadas com forte odor de enxofre. 


Dali em diante, a parte esquerda está parcialmente revirada e no lugar foram plantados eucaliptos. Na faixa que sobrou, foi semeada uma palha brava no meio dos chircais, que tapam um homem a cavalo. 

A quinta de pereiras e a gruta não existem mais. Ficou somente um monte de terra e pedras, repleto de eucaliptos onde não se avista uma alma vivente, nem ao menos uma serpente.


Por essas e tantas outras está mais que comprovado que a extração de carvão em Candiota foi extremamente maléfica, pois liquidou com a fauna e flora outrora existentes, além de poluir sangas e arroios afluentes do Arroio Candiota.

 Segundo especialistas, gerar energia através da queima de carvão é um retrocesso, pois essa era a última alternativa na qual deveria ser utilizado esse mineral.

Salários dos servidores da Prefeitura Municipal de Bagé: "UMA VERGONHA NACIONAL".

Atualmente a prefeitura de Bagé é o maior cabide de emprego da cidade. Tem cerca de cinco mil funcionários entre servidores, contratados e cargos de confiança. Com tão elevado de funcionários em seu quadro há de se perguntar: Como podem faltar calceteiros e operadores de máquinas? Simples: Porque o executivo oferecebaixíssimos salários aos servidores. Segundo estatísticas os mesmos são os menores da região. Muitos ganham soldos tão baixos que precisam receber um abono para completar o mínimo nacional, enquanto um expressivo número de CCs recebem, muitas vezes, sem fazer quase nada, um gorda remuneração. O vale alimentação é de R$7,00/dia trabalhado e por isso foi apelidado de "vale pancho". O ambiente e o clima de trabalho são ruins, pois na maioria das vezes não se tem as mínimas condições necessárias para o efetivo cumprimento das tarefas, sem falar nas frenéticas perseguições políticas para queimar, gelar, aniquilar e exterminar oponentes. Isso explica o grande índice de rotatividade de pessoal do executivo, pois muitos deixam a estabilidade em busca de novos horizontes e uma melhor qualidade de vida no setor privado. Por esses e tantos outros fatores, a Prefeitura Municipal de Bagé é sem dúvida: "UMA VERDADEIRA VERGONHA NACIONAL".

terça-feira, 1 de outubro de 2013

EXPEDIÇÃO PEDRA DE TORRINHAS, PINHEIRO MACHADO-RS

                                                                                  Pedra de Torrinhas

Jackeline da Rosa Moreira e sua amiga Mirce Pazinato Ribeiro planejavam conhecer a região de Torrinhas, interior de Pinheiro Machado há alguns meses. Vasculhando o território através do Google Earth, encontraram alguns locais por mim mapeados. Jackeline conseguiu me contatar através do Facebook, e me solicitou ajuda para guiá-las até a Pedra de Torrinhas. Não sou vaqueano daquela região, mas sou amigo de um grande conhecedor daqueles pagos, o historiador Artêmio Vaz Coelho. Quando entrei em contato com ele, soube que se encontrava em Porto Alegre e que, em princípio, não poderia nos acompanhar porque tinha compromisso bem no dia da expedição. Porém seu espírito de pesquisador falou mais alto e decidiu guiar-nos pelos campos da segunda zona de Pinheiro Machado. Do centro da antiga Cacimbinhas, Artêmio e eu partimos em direção ao Cerro do Papilete, onde ele possui propriedade. De Caçapava, as gurias pegaram a estrada às oito horas da manhã e após seis horas de viagem e mais de cem quilômetros rodados, passando pelo interior de Santana da Boa Vista, atravessando a balsa sobre o Rio Camaquã, se encontraram conosco às quinze horas. Depois de deixarmos as mochilas no quartel-general ao pé do Cerro do Papilete, nos tocamos até a Pedra de Torrinhas.              
Após alguns minutos, chegamos ao vale do Velhaco, lugar repleto de cerros, chapadas e rochedos das mais variados tamanhos, cortados por sangas que deságuam no Arroio Velhaco. Dentre tantos acidentes naturais bonitos, destaca-se, imponente no meio do vale, a Pedra de Torrinhas, com sua estrutura que parece brotar em cima de um cerro. 

                          Pedra de Torrinhas parece brotar em cima de um Cerro - Vale do Velhaco

Ficamos tão fascinados com esta bela rocha que, até o entardecer fotografamos a mesma pelos mais variados ângulos. 

                                 Eu e o Artêmio ao pé da magnifica rocha "emoldurados" pelo céu e lua.
                                                                                    Sombra da pedra

                                        Eu e Artêmio explicando para Jackeline as origens da região

Quando o sol enfim se pôs, nos tocamos para nosso QG, onde sorvemos um amargo junto ao fogão a lenha trocando ideias, contando causos e histórias, enquanto seu Artêmio preparava um “arroz de china pobre” para jantarmos. Logo que amanheceu, encontrei as gurias tomando um chimarrão e as convidei para desbravarmos o Cerro do Papilete. Além do cerro, depois de me apartar delas, visitei a caleira e tapera do Papilete, italiano que deu origem ao nome daquela região. 

                                                           Caleira (forno de queimar cal) do Papilete

                                                                              Tapera do italiano Papilete


Quando retornei “pras casa”, encontrei o Artêmio tomando café. Recolhemos nossos pertences, pegamos a estrada e fomos conhecer o Cemitério dos Cativos. As gurias foram novamente até a Pedra de Torrinhas, enquanto nós seguimos em frente em direção à Vila de mesmo nome. No caminho visitamos o local onde foram executados alguns negros pós-revolução de 1893. 
Enquanto clicava paragens encontramos dois conhecidos que retornavam de uma campeirada com seus cavalos suados e cuscos de língua de fora. Já na Vila de Torrinhas, além do cemitério, avistamos o hospital, os antigos bolichos e onde outrora fora uma farmácia. Já era passado do meio dia e eu estava seco de sede. Então o Artêmio bateu na casa de um conhecido, justamente para pedir um copo de água. O dono estava almoçando e nos convidou para comermos, mas meu amigo agradeceu. Enquanto a conversa entre os dois prosseguia, minha fome aumentava. E quando o dono da casa me convidou novamente para almoçar, não resisti e comi um peixe cozido, arroz e polenta. Após me alimentar, agradeci ao seu Luís pela hospitalidade. 

                                                                                    Vila de Torrinhas

Da vila pegamos a estrada rumo ao Cerro dos Porongos. Chegando lá encontramos as gurias junto ao marco do movimento negro. Dali, as levamos para o marco alusivo ao combate farroupilha travado em 1844, onde nosso vaqueano contou um pouco da história do local. Mostrou um capão de mato ao pé do cerro, do qual corre um pequeno arroio, local mais provável para o acampamento farroupilha comandado por Davi Canabarro. Ao retornarmos para a estrada, fizemos a última parada no Marco da Guarda Velha, no qual foi assim denominado em virtude de ali ter existido uma guarda fronteiriça do tempo do Tratado de Idelfonso, lá pelas idos de 1777. Nesse local nos despedimos das gurias que pegaram a BR e se foram a Caçapava. Eu, por minha vez, retornei a Bagé. Com esta expedição realizei um sonho antigo, conhecer a região de Torrinhas, lugar fascinante, de belezas naturais sem igual, onde se podem avistar animais silvestres e ainda encontrar parte do bioma pampa conservado. Tudo isso somente foi possível graças ao convite das “papa laranjas” Jackeline e Mirce e pelo empenho do historiador Artêmio Vaz Coelho em nos guiar com maestria pelos campos da segunda zona de Pinheiro Machado e por sua acolhida hospitaleira junto ao pé do Cerro do Papilete.

                         Artêmio, eu, Mirce e Jackeline em frente ao "QG" ao pé do Cerro do Papilete

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

ÉGUA MOURA

                           Eu e minha filha Guilhermina, no desfile farroupilha de 2010, em Candiota.

A moura foi domada pelo ginete Luciano Silva, morador do Baú, 3º Distrito de Candiota e adquirida junto à antiga Estância Elaine. Seu primeiro dia na nova morada não foi nada tranquilo, estranhou o ambiente e não queria se deixar pegar dentro da mangueira. Lembro-me de quando meu pai tentou pegá-la com uma corda, ela se esquivou mais que ligeiro soltando bufos pelas ventas e no mesmo instante partiu em disparada em direção à porteira. Tinha chovido e meu irmão, que estava encarregado de guardar aquele local, resvalou no barro e a égua saltou por cima dele, se mandando a “la cria” para o campo.  A partir desse momento, passou ser vista com outros olhos e alguns evitavam encilhá-la. Porém, eu me negava a aceitar aquele velho ditado: “a primeira impressão é que fica” e tratei logo de experimentar a égua. Ao contrário dos outros, peguei-a com facilidade e levei para o galpão, ali fui colocando com carinho o xergão, carona, basto, chincha, pelego e sobrechincha. Quando a encilha estava completa, recuei alguns passos, analisei a égua por inteiro e percebi que estava diante de um animal diferenciado, que aliava sangue e morfologia, oriunda da cruza das raças chilena e crioula. Depois de alguns minutos de contemplação, me prepararei e quando coloquei o pé no estribo, a égua pegou a volta e eu boleei a perna mais que ligeiro e me acomodei sobre o pelego. Do galpão saí campo afora, a trotezito no más, num tranco leve e macio,  onde a égua vinha atenta, trocando orelha a cada lote de gado que ao longe avistava. Então percebi que não estava montado em um cavalo qualquer e sim numa égua que conhecia a lida. Em seguida, se clareou uma oportunidade e coloquei a égua no serviço ao conduzir um lote de gado com perfeição até a mangueira. Ao embocar os animais em direção à pera, a égua se mostrou mui ágil, sempre atenta para que nenhum animal refugasse.  Campeiro que não estivesse bem firme nos bastos dela caía, pois suas volteadas eram muito ligeiras. Por muitos anos, foi a égua de minha encilha e perdi as contas de quantas campeiradas fizemos juntos. Na lida, não refugava parada e cruzava o que tivesse por diante em busca de alguma vaca ou boi matreiro. Certa feita, fui atacar um lote de gado que estava disparando para o mato e acabei caindo num manancial. Ali, a égua ficou atolada até o peito e de tanto fazer força para sair daquele local, acabou cortando a boca, mas graças a Deus não ficou com sequelas e em seguida se recuperou. Noutra ocasião, num dia de tormenta, a égua inventou de se coçar numa cerca de sete fios, sendo um destes farpado. Não sei como ali ficou uma noite inteira presa pela pata. Por sorte, quando amanheceu acharam a égua toda maneada entre os arames. Depois de muito trabalho conseguiram enfim resgatá-la, mas desse incidente ficou renga e com a cola pitoca, mas nada que atrapalhasse seu rendimento na lida, pelo contrário, melhorava dia após dia. Dentre os momentos mais marcantes houve um, em 2010, quando com ela participei do desfile farroupilha em Candiota, juntamente com minha filha. Alguns anos após, a égua sofreu outro acidente, semelhante ao primeiro, mas desta vez não teve escape e infelizmente veio a morrer. Não recordo há quanto tempo que te foste, égua velha, mas ainda parece que foi ontem que no teu lombo eu campeirava. Teu jeito, teu olhar, teu cheiro ainda permanecem bem vivos em minha memória e pode passar o tempo que for, eternamente serás a égua de minha encilha. 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

CEMITÉRIO DA GUARDA RECEBE LIMPEZA E PINTURA EM TÚMULOS E MAUSOLÉUS

                    Voluntários a ONG Fazenda Esperança executando a limpeza entre os túmulos

O Cemitério da Guarda é um local de relativa importância história, pois além de ali, por volta de 1786 ter existido uma guarda de pequeno porte, também abriga os restos mortais de José Francisco Lacerda, conhecido popularmente como “Chico Diabo”, que se notabilizou por ter ferido mortalmente, com uma lançada o ditador Francisco Solano Lopez, em Cerro Corá, nos campos do Paraguai, no dia 1º de março de 1870, dando assim, fim a Guerra da Triplice Aliança, após seis longos anos de lutas. 

                         Voluntários a ONG Fazenda Esperança executando a pintura nos túmulos

O local fica a 20 km do centro de Bagé, na localidade conhecida como “Olhos D’agua”, hoje distrito de Joca Tavares. O mesmo se encontrava em total estado de abandono, infestado de capim annoni, árvores espinhosas e lixo por todos os lados. 
                                               Assessores também efetuaram a limpeza   

No entanto, dia 18 do corrente mês o vereador Uílson Morais, assessores e voluntários da ONG Fazenda Esperança colocaram um fim nessa triste situação e deram o devido tratamento que o cemitério necessitava. Além executar a limpeza do local, pintaram os túmulos e mausoléus ali existentes. 
                Vereador entre assessores e voluntários após pintarem o mausoléu do "Chico Diabo"

Essa iniciativa nos tempos de hoje, onde só ouvimos falar de escândalos envolvendo políticos, é digna de reconhecimento. Parabéns Uíslon Morais, finalmente Bagé tem um vereador comprometido em conservar a história de nossa cidade. Tenho certeza que este é apenas um dos muitos projetos que irás concretizar na Rainha da Fronteira. 



                                              Cemitério sob vários ângulos após a limpeza

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Cachorro Véio!




Este cachorro que vos falo é uma cruza de labrador com linguiçinha. De pelagem marrom, poderia ter sido chamado de “Chocolate”, mas boi batizado como o nome de “Cyborg”. Quando filhote era fofo e brincalhão, mas quando se tornou adulto, começou a ficar encrenqueiro. Apesar de pequeno, comprava briga com qualquer cachorro que cruzasse seu caminho, independente do tamanho, não refugava parada. Não respeitava quase ninguém, inclusive seu dono, mas não sei por que carga d’água simpatizou comigo e logo ficou meu amigo. Certa feita, fui correr para o lado do antigo matadouro municipal e o cusco me seguiu. Quando cheguei à frente do Bagé Hourse, um trio de ovelheiros lhe “amontoaram” como fosse um saco, mais que ligeiro desfiz o entrevero. Outra vez me seguiu até o supermercado e ali um galgo lhe pegou pela nuca, fazendo-o virar uma pirueta no ar, parecendo um ioiô e quando tocou no chão foi atacado por uma dezena de cachorros. De pronto, apartei a peleia. Como se não bastasse, Cyborg não aprendeu a lição e me seguiu novamente e quando fui atravessar uma rua “entupida” de cuscos, estes lhe arrastaram e um enorme cachorro, que mais parecia um terneiro, lhe agarrou pelo pescoço e o pressionou contra o barranco. Nessa ocasião fui obrigado a dar um chute no cachorrão, para dispersá-lo, pois estava matando meu amigo. Em todas essas situações nunca se acovardou e peitou todos seus adversários. Entretanto, viver peleando, teve suas consequências. Em maio desse ano, começou a decair. Então foi levado ao veterinário, que constatou após uma série de exames, que Cyborg estava com o corpo cheio de tumores. Ali no consultório ficou em tratamento intensivo, na esperança que melhorasse, mas de lá não saiu mais e acabou morrendo faltando três dias para findar o mês. Hoje, passados três meses, confesso que ainda não me acostumei com sua ausência e a cada dia que passo pelo lugar onde ficava sua casinha, parece que sinto sua presença, como estivesse me recebendo, de rabo abanando, alegre e façeiro, como sempre fazia e em meus ouvidos ainda ecoa seu latido rouco, inconfundível, meu cachorro veio!

Documentário "Candiota Natural"

                                    Expedição Nascente do Arroio Jaguarão - Chácara das Corujas


Por mais ou menos quatro meses fui vaqueano da equipe do Rastro Selvagem pelo interior de Candiota. Durante esse tempo foram realizadas as seguintes incursões:

1 - Expedição Passo do Tigre, em 17/11/2012;
- Expedição Nascente do Arroio Jaguarão, em 29/12/2012;
3 - Expedição Estação Ferroviária Candiota e Passo do Marmeleiro, em 20/01/2013.


                       Expedição Nascente do Arroio Jaguarão - Propriedade de meu Valdeci Ritta Lopes

Os trabalhos de campo consistiam em fotografar e filmar não só a vida selvagem da Capital Nacional do Carvão, mas também em registrar os acidentes naturais de destaque e os pontos históricos de relativa importância. Em meio a tudo isso, tivemos a oportunidade de flagrar momentos da lida campeira, tais como :
- Transporte de tropa estrada a fora, 
- Banho de gado;
- Cura de bicheiras em terneiros novos pealados a laço;
- Cuscos que trabalhavam incessavelmente para conduzir o gado pelos campos até a mangueira de pedra, alguns usando as brechas do brete para dar um cutucão na rês que as vezes empacava e dar o empurrão necessário para essa mergulhar no banheiro.
- A raríssima cena onde o cachorro ovelheiro que subia nas largas paredes da mangueira, visando guarnecer a porteira e garantir que nenhuma vaca dali escapasse.
- Os constantes banhos que a cuscada tomava no açude ao lado da mangueira, visando se refrescar do calor escaldante;
                                      Expedição Estação Ferroviária Candiota e Passo do Marmeleiro


Findada as expedições, a equipe, composta por João da LuzGustavo ArrudaPablo Ribeiro e Gustavo Fonseca trabalhou com todo esmero visando "filtrar" todos materiais garimpados por meses para incluí-lo num vídeo de quase trinta minutos. Tarefa difícil, mas não impossível de ser concretizada. 

Após vários trabalhos de divulgação através dos jornais da região, enfim chegou o dia da exposição ao público do documentário, que aconteceu no dia 10 de junho do corrente ano no CTG Candeeiro Do Pago. Através da ajuda da Prefeitura de Candiota se fizeram presentes vários alunos das escolas do município e universitários de pelotas, além do público da cidade.
Depois de breves discursos de algumas autoridades presentes e apresentações artísticas, o vídeo foi então rodado e mesmo antes de aparecer os créditos, o público aplaudiu de pé, com extremo frenesi o material apresentado.
Bueno, queria aqui frisar que durante o tempo que convivi o Rastro Selvagem aprendi a ter um olhar mais sensível para as coisas da natureza que outrora passavam desapercebidas. Hoje, procuro atentar aos mínimos detalhes da vida selvagem, seja ela o tamanho que for. E dentre uma virtudes da equipe, destaco a humildade, fator que influência e muito na aproximação das pessoas.
O Rastro Selvagem é uma empresa relativamente jovem, falando numa linguagem empresarial, mas a medida que o tempo passa, o know how vai aumentando, fazendo com que a equipe evolua a cada trabalho realizado, ganhando assim credibilidade, chave importantíssima para se obter o sucesso.