sexta-feira, 30 de julho de 2010

Centauro do Rio Negro-RS, Final de 1800.



Pago Saudade

Encontro o taura-andarilho
- melena, cara-tostada -,
que traçou na geografia
um resumo do que sou;
e me renova a vontade
de cortar os quatro-ventos
com a aba do sombrero,
e deixar marcas de cascos
pelas mesmas sendas pátrias
que já cruzei no passado,
no meu andejar sem rumos,
à procura de mim mesmo.

Versos de Guilherme Collares

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Canetaço

Ano após ano aumenta cada vez mais o número de pessoas interessadas em ingressar no serviço público municipal, estadual e federal. A procura de melhores condições de trabalho, salários, planos de carreira, benefícios, mas principalmente estabilidade profissional. O caminho, porém é estreito e de difícil acesso e para ingressá-lo não basta ser bom, é obrigatório ser o melhor. E nessa busca incessante pela vitória, indivíduos lotam salas de aulas de cursos preparatórios, privam-se de horas de lazer, feriados, finais de semana e do convívio familiar, com intuito de vencer mais uma batalha. Os especialistas sempre lembram: “que concurso é que nem consórcio, um investimento de longo prazo, que para seu bom desenvolvimento é necessário uma boa dose paciência e de muita disciplina, que de uma hora pra outra, quando menos se espera, se é contemplado”. E quando enfim conseguimos alcançar nosso objetivo, transbordamos de felicidade, ao ver que tanto esforço e dedicação deram resultado. Mas cabe aqui ressaltar, que nem tudo é um mar de rosas, que depois da classificação, temos que passar por um longo processo de espera, que muitas vezes se estende por vários anos. Digo isso como à plena convicção de quem esta vivenciando a angustiante espera de convocação para ocupar uma determinada vaga conquistada em um concurso público realizado alguns anos atrás por uma empresa pública de nossa região. E para meu desespero vejo a referida empresa contratando excessivo número de estagiários para cobrir seu “déficit” funcional, insistindo em manter aposentados na ativa sem necessidade e a tão sonhada investidura no cargo parece cada vez mais distante, pois a validade para o tal concurso está quase expirando.
Semelhante ao meu caso existe centenas de pessoas, que não entendem como uma empresa pública em pleno crescimento e com extrema carência de colaboradores, pode simplesmente cruzar os braços para tal situação.
É... Infelizmente estamos nas mãos de poucos, que ao invés de pensarem no bem da instituição, somente se importam com seus interesses políticos e consequentemente engordarem sua conta bancária.
O pior de tudo, é que o caso citado não é isolado, nos levando a crer que concurso público não é somente de uso exclusivo para preenchimento de vagas e sim também uma forma mais fácil e rápida de espoliação para uso indevidos do nosso dinheiro.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 03 a 05 de Julho de 2010.

“Brasil, Meu Brasil Imposteiro...”

Ano passado recebi um e-mail, no qual traz o relato de viagem de um Brasileiro a nossa vizinha Argentina. Nele constam as grandes diferenças existentes entre alguns bens de consumo produzidos em nosso país, em relação aos mesmos bens produzidos na Argentina. Neles são citados:
1- Combustíveis:
Gasolina comum: (igual a nossa, mas sem álccol) 1,99 pesos=R$1,00
Gasolina Super: 2,30 pesos= R$1,15
Gasolina Fangio de alta octanagem: 2,89 pesos = R$1,45
Lembrando que nossa gloriosa Petrobras exporta para a Argentina gasolina a R$0,65.
O contrabando de gasolina na fronteira com o RS já foi motivo de uma reportagem da RBS TV. Nela um professor de uma universidade de porto alegre foi alertar para os “perigos” de se abastecer os carros brasileiros com a gasolina da argentina. Segundo ele, o motor pifa. Só ficou faltando à explicação de como os carros produzidos em larga escala aqui são exportados pra lá. Será um modelo especial? Pra mim o que pode acontecer é nossos carros engasgarem ao entrarem em contado com uma gasolina “pura” de verdade, pois estão acostumados com estas “garapas mixurucas” que nos vendem a R$2,89.
2-Veículos Novos:
Gol três portas power: 27.600 pesos (R$14.800,00)
Ford F250: 108.500 pesos (R$54.300,00)
Vectra CD: 82.600 pesos (R$41.300,00)
Ford Eco Export Diesel 4x4 (R$35.000,00)
Missan Frontier 4x4 22.000 dólares +ou- (R$44.000,00)
Dados coletados de uma agência de venda de veículos na cidade de Oberá (Província de Misiones). Vale ressaltar que praticamente todos os carros de quase todas as marcas, têm opção de virem com motor diesel.
3-Pedágios:
Na Argentina, as rodovias são mantidas em excelentes condições, custam a cada 300 km, 3,40 pesos ou R$1,70. Para nós gaúchos para se percorrer a mesma distancia o preço é de R$28,00. Existe uma explicação lógica para uma diferença tão brutal? Claro que existe: A exploração tributária por parte do estado que sangue-suga impostos extorsivos para bancar os salários exorbitantes e os privilégios das corporações estatais. Enquanto a burguesia estatal se locupleta com cartões corporativos, salários de R$ 25.000,00, carga horária reduzida, gratificações, passagens aéreas, diárias, horas extras não trabalhadas, etc.
De algum lugar tem que sair esse dinheiro. Do nosso bolso...
E o que fazemos para mudar essa realidade? Simplesmente nada!!! Pois é mais fácil colocar a culpa de nosso subdesenvolvimento nos países ricos e grandes potências mundiais, do que admitir que não conseguimos evoluir por única e exclusiva incompetência nossa, de um nação que adotou o conformismo e o coitadismo como lemas de sua bandeira.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 27 a 29 de Março de 2010.

Que cidade é essa?

Que cidade é essa onde o viciado consome crack, maconha e cocaína tranquilamente em plena a luz do dia.
Que cidade é essa onde animais são abandonados pelas ruas, mal tratados, torturados muitas vezes até a morte.
Que cidade é essa onde pessoas abandonam suas propriedades no campo para invadirem terrenos em área pública, construir um casebre e posteriormente vende-la por meia dúzia de pilas.
Que cidade essa é onde um fulaninho que se diz Candiotense, premedita, planeja e assassina cruelmente um inocente, que alias, até parente seu era e depois debocha e ironiza justiça afirmando: “Matei e não deu nada, e nunca vai dar em nada”.
Que cidade é essa onde nosso patrimônio histórico é queimado, destruído, depredado como não tivesse valor algum.
Que cidade é essa onde se encontra pilhas e pilhas de lixo espalhadas em quase todos os cantos dos bairros.
Que cidade é essa onde a cada ano que passa aumenta o número de vítimas fatais em sua rodovia devido ao seu péssimo estado de conservação.
Que cidade é essa onde muitos depois de ganharem a vida trabalhando aqui, preferem investir seus capitais e regar o comércio de outros municípios.
Que cidade é essa onde a politicagem reina tirana, obrigando muitos a buscar novos horizontes visando um emprego digno e que proporcione uma qualidade de vida melhor.
Essa cidade é minha, sua, nossa, que infelizmente esta perdendo pouco a pouco sua identidade e esta clamando por socorro e se não nos unirmos e tivermos ações concretas para mudar essa triste realidade, aquela Candiota que conheci e aprendi a amar desde guri, ficara somente na memória.


Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 19 a 21 de Fevereiro de 2010.

Estou cansado

Estou cansado de ver os políticos gastarem nosso dinheiro tão suado com diárias de cursos, auxilio moradia e outra série de vantagens.
Estou cansado de assistir todos os dias nos noticiários reportagens e reportagens sobre as falcatruas no legislativo, executivo e judiciário.
Estou cansado de pagar o combustível mais alto do mundo, sendo o Brasil auto-sustentável em petróleo.
Estou cansado de ser sugado de todas as maneiras possíveis com impostos exorbitantes.
Estou cansado de ver vários políticos desviando fortunas, enquanto milhões de Brasileiros estão mendigando miseras moedas.
Estou cansado de ver nossos idosos, depois de ter trabalhado a vida inteira, ganhar um salário miserável que mal da para comprar alimento e muito menos comprar um medicamento.
Estou cansado que para conseguir um emprego, tenho que depender da vontade de algum político influente.
Estou cansado de ver produtores rurais serem praticamente expulsos de seus campos, para serem doados para alguns que se dizem produtores sem nunca terem pegado numa enxada.
Estou cansado de ver pessoas inocentes serem mortas por meia dúzia de pilas.
Estou cansado de ver mulheres sendo violadas e estupradas por maníacos e tarados sexuais.
Estou cansado de ver crianças sendo violentadas e molestadas por quem lhe deveria dar o exemplo.
Estou cansado de ver pessoas esbanjando e jogando comida fora, em quanto outros ficam catando migalhas nos lixões.
Estou cansado de ser discriminado por minha aparência, cor, vestimenta e ideais.
Estou cansado de ver pessoas dando risada e zombando da fé dos outros.
Estou cansado de ver as pessoas se aproximarem, não querendo sua amizade e sim almejando algo em troca.
Estou cansado de conviver com as mesmas pessoas todos os dias e não ser notado, nem ao menos ser cumprimentado.
Estou cansado de ser taxado de vários adjetivos por alguns, sem terem sequer conversado comigo pelo menos um minuto.
Estou cansado de ver nossa natureza sendo devastada por empresários insaciáveis por dinheiro.
Estou cansado de ver os animais serem maltratados e mortos como não valessem nada.
Estou cansado de ver nossos filhos cada vez mais cedo desenvolverem doenças devido à irresponsabilidade ambiental de muitos.
Estou cansado desse mundo tão cruel, em que o velho, negro, gordo e pobre não tem vez.
Estou cansado, porém ainda tenho forças de sobra para buscar Jesus, pois ao seu lado nada temerei e enquanto a paz de cristo estiver em meu coração, seguirei em frente, sempre semeando bondade e sonhando que um dia essa triste realidade mude e possamos ter um mundo mais justo e melhor.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 18 de Janeiro de 2010.

Não é engraçado?

Não é engraçado como R$10,00 parece pouco tanto quando levamos a igreja e tão pouco quando vamos ao shopping?
Não é engraçado como uma hora é tão longa quando servimos a Deus, mas tão curta quando assistimos a um jogo de futebol.
Não é engraçado como não achamos as palavras quando oramos, mas elas estão sempre na ponta da língua para conversarmos com um amigo?
Não é engraçado sentirmos tanto sono ao ler um capitulo da bíblia, mas é tão fácil ler 100 páginas de um romance de sucesso?
Não é engraçado como procuramos sempre as cadeiras da frente no teatro ou num show, mas sempre sentamos no fundo da igreja?
Não é engraçado como precisamos de duas ou três semanas para agendar um compromisso na igreja, mas para outros programas estamos sempre disponíveis?
Não é engraçado como temos dificuldade de aprender a evangelizar e como é fácil aprender e contar a ultima fofoca?
Não é engraçado que acreditamos nos jornais, mas questionamos a bíblia?
Não é engraçado como todo mundo quer ser salvo desde que não tenha que acreditar, dizer ou fazer nada?
Não é engraçado como enviamos milhares de e-mails que se espalham como um incêndio, mas quando recebemos mensagens sobre DEUS, não reenviamos pra ninguém?
NÃO É ENGRAÇADO? Você esta pensando? Não é engraçado que quando você for repassar essa mensagem você irá excluir um monte de gente que você acha que não acredita em nada?
Não é engraçado? Não, NÃO é ENGRAÇADO, é TRISTE precisamos ter MAIS INTIMIDADE com DEUS!!!
Um desafio para você, se não sentir vergonha de fazê-lo, passa essa mensagem para frente, mas somente se sentir que sim, SIM EU AMO DEUS.
Ele é fonte de minha existência, é o meu salvador. Ele me sustenta a cada dia. Sem ELE não sou nada, mas com ELE eu posso todas as coisas através de Jesus Cristo, que me fortalece.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 10 a 14 de Outubro de 2009.

O tal “QI”

Sou nativo de Candiota, nasci e me criei nesse rincão. Aqui estudei e me qualifiquei em busca de um bom futuro profissional. Casos semelhantes ao meu acontecem diariamente com milhares de jovens de todo Brasil. Porém o esforço e dedicação, que, aliás, muitas vezes chega a ser frenético em busca do conhecimento e aperfeiçoamento profissional, não são suficientes para garantir uma vaga de no mercado de trabalho.
Infelizmente ser bom não basta mais para garantir o tão sonhado emprego, ter competência e eficiência também não e em muitos casos até anos de experiência são descartados como pré-requisitos necessários para ocupar uma vaga de trabalho numa determinada empresa.
Hoje em dia o fator mais importante para se ganhar a ampla concorrência entre dezenas de candidatos é a uma vaga de emprego é o tal “QI”(quem indique), também conhecido popularmente como: “padrinho” ou “cunha”. Esse requisito é extremamente necessário para se conseguir uma “boca” numa “firma”. Sem ele, seu time estará incompleto e por mais que se esforce as possibilidades de vitórias serão mínimas.
Existe uma lei em nosso município que incentiva as empresas prestadoras de serviços que se instalam no município a contratar no mínimo 50% da mão de obra da região, em troca de benefícios fiscais. Mas na pratica a maioria das empresas não se adaptam e a prova mais concreta disso são centenas de trabalhadores oriundos de várias partes do Brasil.
No meio desse fogo cruzado, sem alternativa e praticamente de mãos atadas, nossos jovens migram pra outras cidades em busca de um emprego digno, que lhes garanta pelo menos a perspectiva de alimentar seus sonhos.
Espero que num futuro não tão distante essa realidade mude, pois se não estaremos fadados a ser uma cidade habitada quase exclusivamente de importadores de mão de obra e reduzida a pouquíssimos nativos.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 26 a 28 de Setembro de 2009.

A MORTE NÃO TARDARÁ

Há cerca de quatro anos atrás, conheci o Sr João Carlos de Moura, morador da Vila Operária. “Tio Velho”, como era conhecido, Oriundo de Pelotas, sempre foi um homem batalhador, tendo trabalhado nessa cidade em várias empresas tais como frigorífico, construção civil e na extração de madeira. Em Candiota, prestou seus serviços em estabelecimentos rurais, residências e até em órgãos públicos. Mas, de dois anos pra cá, sua vida mudou e bastante. Não podendo trabalhar, devido a diversos problemas de saúde, Tio Velho começou a tomar medicamentos extremamente fortes, os quais com o tempo foram lhe baixando a imunidade e não tendo renda para adquiri-los, fazendo assim, com que sua situação gradativamente piorasse.
Numa determinada manhã de março, ao fazer um trabalho de rotina, fiquei estarrecido ao encontrar Tio Velho em seu barraco em situação deplorável. Seu corpo estava todo escamado da cabeça aos pés e em algumas partes as feridas sangravam devido ao contato com suas vestimentas. Perguntei o que lhe tinha acontecido, e me respondeu que tinha sido picado por algum bicho e afirmou que: “SÓ ESTAVA ESPERANDO A MORTE”. Na mesma hora liguei para a Secretaria de Saúde, que posteriormente enviou veículo para transportá-lo. Depois de uma prévia consulta no Hospital de Candiota, o encaminharam para Pinheiro Machado, que devido à gravidade da situação o internaram e fizeram um tratamento de 15 dias. Depois de transcorrido esse período, Tio Velho retornou a seu barraco, com um balaio de medicamentos para tomar. Sua moradia que já era precária encontrava-se mil vezes pior e não lhe proporcionava as mínimas condições de abrigo que um enfermo necessita. O tempo foi passando e sua saúde foi piorando, até que um determinado dia um anjo estendeu-lhe a mão: a Sra. MARIA TERESINHA RESENDE, que apesar de ter a mãe e a irmã doente não se esquivou de tamanha caridade. Essa semana, encontrei Maria fazendo um apelo desesperado para os órgãos responsáveis para que encontrassem uma solução para o caso, pois ela não tem mais condições de dar o tratamento adequado que Tio Velho necessita. Por isso venho através desse meio de comunicação pedir a comunidade Candiotense unir forças em prol dessa missão. Pois afirmo com certeza, que se ninguém se mobilizar, infelizmente o TIO VELHO VAI MORRER.


Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 15 a 17 de Agosto de 2009.

ANIMAIS RACIONAIS OU HOMENS IRRACIONAIS

Semana passada correu uma notícia pelo Brasil inteiro do caso de uma grande amizade entre um senhor e sua gata de estimação, na cidade de São Leopoldo-RS.
Após anos de conveniência, por infelicidade o dono veio a falecer. A gata estava prenha e estava chegadinha a dar cria.
Passou-se uma semana e a gata sentiu por demais a falta de seu dono e “campeou” (procurou), até achar, e advinha onde?
No cemitério, bem no túmulo de seu dono! E para surpresa de todos, ali mesmo ganhou seus filhotes. Este fato mostra claramente, que os animais têm sentimentos e os demonstram: fazendo festa quando chegamos (muitas vezes abaixo de chuva), chorando quando partimos, mostrando lealdade, companheirismo, amizade e nos amando acima de tudo.
Bem diferentes desses homens que se dizem “racionais” que são capazes de cometer atrocidades, muitas vezes por motivos banais, podendo citar o caso de um monstro que foi capaz de quase esquartejar uma novilha, porque esta negou-se a embarcar num caminhão. E fora os diversos casos desses loucos varridos, que por pura maldade e inveja, saem pelas vilas jogando pedaços de carne com veneno ou com cacos de vidros dentro.
Mas afinal de contas, quem é o animal nessas histórias?
Com certeza esses infelizes, mal amados, que descontam toda sua ira e raiva em seres que muitas vezes não tem a mínima capacidade de se defenderem.
Por isso, caros leitores, peço a todos candiotenses que não se calem e unam forças para terminar de uma vez por todas com essas barbáries desses covardes, ignorantes sem coração.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 04 a 06 de Julho de 2009.

O poder da oração

Se fosse até um tempo atrás, falar sobre oração era pra mim quase que impossível, pois tinha pouquíssimo conhecimento sobre o tema e muito menos o exercitava. Nesse momento de minha vida, cheguei a achar que a oração não era importante pra o desenvolvimento do ser humano e sem vergonha alguma cheguei a afirmar que Deus não existia e que em mim não existia fé.
Com o transcorrer dos anos, vi que certas coisas em minha vida nunca tomavam o rumo que desejava, fazendo assim que eu fosse colecionando várias e várias decepções, a ponto de quase entrar em depressão.
Certo dia, uma cabeleireira ao me atender notou meu semblante de tristeza e perguntou o que se passava comigo. Desabafei, e uma das coisas que relatei foi uma mágoa que desde guri eu trazia.
E ela com uma convicção impressionante falou-me: “isso que você tem é uma ferida e cada vez que lembrar, ela vai sangrar e nunca vai cicatrizar”. E completou: “Meu filho, esquece essa ferida e se alguém algum dia vier a cutucalá-la, simplesmente peça para Deus que a perdoe por estar agindo assim”.
O ensinamento dessa mulher foi um passo importantíssimo pra que eu esquecesse essa mágoa e posteriormente meu primeiro exercício de oração.
Outra amiga, sempre me aconselhou que quando estivesse sozinho, tentasse falar com Deus, como ele estivesse na minha frente.
Tentei por várias vezes em vão, pensei em várias ocasiões em desistir, até que um dia consegui finalmente encontrar Deus e afirmo com a plena convicção que a presença Divina em minha vida fez com que eu encontrasse paz e amor.
Hoje em dia, não peço para Deus que olhe somente para mim e sim para todas as pessoas e que ilumine o caminho de todos.
Por isso, caros leitores, se eu consegui encontrar Deus, você também pode encontrar, basta tentar.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 26 a 27 de Maio de 2009.

A Vila Operária de Candiota

Caros leitores morei 95% da minha vida em Candiota e recordo-me que tinha meus 10 anos de idade e trazia uma enorme vontade de morar na vila operária, pois tinha uma praça maravilhosa, toda arborizada, tinha um dos mais belos CTGs, e possuía ruas e calças limpissimas, realmente “um mimo de vila”, de tão linda. De uma década para cá, as coisas mudaram muito. Sua infra-estrutura continua a mesma, porém seus espaços públicos não possuem a mesma aparência de antes, pois agora se encontram cheio de entulhos, restos de podas e até móveis velhos... Faz mais de um ano que a prefeitura informou através dos meios de comunicação existentes, que não ia mais retirar entulhos, pois conforme o código de posturas municipal, não é de sua competência esse tipo de serviço e a partir desse momento colocou a disposição o telefone de contato de uma empresa especializada pra efetuar o referido serviço para população. Não sei como uma comunidade onde seus moradores na sua grande maioria possuem certo grau de escolaridade e tem a felicidade de trabalharem em uma grande empresa, possam agir dessa maneira? O que deixamos então para outros bairros desprivilegiados como: São Simão, João Emilio e Seival? Pois o comportamento dessas pessoas desses bairros são totalmente o oposto, mostrando que embora possuam menos infra-estrutura conseguem mesmo assim dar o exemplo de como um cidadão deve tratar seus espaços públicos e conseqüentemente conservar o meio ambiente. Cheguei a triste conclusão, que certos moradores da vila operária, infelizmente não evoluíram, pois ainda vivem no “tempo da CEEE”. Só sei de uma coisa: que se continuarem agindo dessa maneira, num futuro muito próximo a Vila não vai ser mais conhecida como Operária e sim Vila dos Ratos.


Publicado na Coluna Livre, Jornal A 1ª FOLHA, página 03, de 9 a 13 de Abril de 2009.

Velhos ultrapassados ou jovens desleixados

Nos tempos atuais não é difícil de ver alguns jovens expondo seu ponto de vista em relação ao um idoso. A grande maioria os define como velhos ultrapassados, vencidos, atrasados e imprestáveis para executar certas atividades de cunho tecnológico.
Não sabem eles, que esse velhos viveram num tempo extremamente difícil, onde muitos se criaram “feito bicho”, pois não tinham as mínimas condições adequadas de vida. Há 50,60 e 70 anos atrás, a população era 80% rural e muitos desses viviam em ranchinhos em fundões de campo, onde o único transporte era de tração animal, que não tinham luz elétrica, que quase não existia escola e a única fonte de informação que dispunham era o radio, aliás privilégio de poucos, pois o poder aquisitivo das pessoas era muito pequeno.
Pois bem, esses jovens enchem a boca para praticamente ridicularizar os idosos e nem tem o mínimo de capacidade de olhar para seu próprio umbigo e perceber que mesmo com todo o fácil acesso a informação ao seu dispor, não se prestam para ler algum livro ou jornal, de assistir a algum programa cultural, muito menos de usar a internet para esse fim. Pois é mais fácil e interessante acessar um site de bate papo, de relacionamento ou de jogos on-line etc...
Então caros leitores, afirmo com plena convicção: Que o idoso é sim muito importante para a sociedade, pois embora alguns o achem ultrapassados e atrasados, são os praticamente os únicos que conservam valores inestimáveis que são: o calor humano e a hospitalidade, diferente desses jovens desleixados e relaxados que são por si próprios quase que em sua totalidade individualistas.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 03 de Fevereiro de 2009.

Abigeato

No ano que passou em nossa região, foi alvo de uma série de crimes de abigeato. Ao fazer um balanço de 2008 à brigada Militar, constatou uma média de 25 casos mensais desse tipo de crime. Entre eles se destacam e podemos citar: Na madrugada de 12/12/2008 na Estância Fortaleza do Seival, que fica localiza na Br 293 em Candiota, foram abatidas a tiros 29 ovelhas da raça texel e outras 12 ficaram feridas, deixando um prejuízo de mais de 90 mil reais. Também em Candiota, na estrada do Baú, a fazenda Espigão de propriedade do Sr Luis Fernando, foi abatidas 55 ovelhas lhe causando um prejuízo de mais de 20 mil Reais. Em Pedras Altas, estrada Jaguarão Chico, localidade de lomba alta, a Fazenda do Sr Sergio Fernandes, foram abatidas 24 ovelhas. E para iniciar o ano com chave de ouro, na Cabanha Maufer, localizada entre a estrada do arbolito e do baú, conhecida nacional e internacionalmente por criarem cavalos crioulos de excelente padrão genético, inclusive com várias premiações em várias exposições de ponta, foi palco de uma barbárie, onde foram carneadas quatro éguas puro sangue crioulo e deixaram mais uma ferida com um tiro próximo da orelha, essa, aliás, campeã do freio de ouro da expointer do ano de 1993, deixando um prejuízo de mais de 100 mil reais, sendo que se a última não agüentar esse valor subira para mais de 200 mil reais. Todos esses crimes tinham algo em comum, além da crueldade e brutalidade, em quase sua totalidade as pistas deixadas foram rastros que provavelmente seja de camionete de pequeno porte ou uma kombi. Com base nessas informações, pode-se constatar claramente que há uma quadrilha altamente especializada em roubo e abigeato em nossa região. Vejam ao que ponto chegamos, de termos praticamente que transformarmos nossas propriedades em verdadeiros fortes pra nos defendermos. De montar verdadeiros arsenais para garantir o zelo de nossa família. Pois se depender do governo, a segurança no campo nunca acontecera. Infelizmente a realidade nua e crua é essa, e se nós produtores não se unirmos e não nos dermos as mãos, esses crimes vão cada vez mais aumentar, e dentro de pouco tempo se tornarão mais comuns que os assassinatos que ocorrem no Rio de Janeiro.


Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, em alguma edição de Janeiro de 2009.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Meu Rancho

Que alma tem o meu rancho
Por isso deixá-o como
Pedaço de céu com terra
Folheado de cinamomos
Silêncio rodeado a berro
Solidão sem viver só
Madeirama de pau ferro
Toda atada com cipó

Mangueira de pedra moura
Que nunca mais ter fim
Um restingal de vassoura
Pôr de sol perto de mim

Coqueiral e caturrita
Galpão de fogo paxorro
E uma xirua bonita
Cavalo bom e cachorro...

Com chuva acorde e milonga
Consola o campo cedinho
Por aqui a noite é longa
E o dia devagarzinho
Quando eu saio mais que um dia
Este rancho é um ser vivente
Me recebe com alegria
Tem saudade como a gente

Letra: Gujo Teixeira
Interprete: Luiz Marenco

Caique de sonhos

Como eu queria
transplantar a minha mágoa
Para uma humilde poça dágua
Onde a lua vem se apear
Bombeio longe...
E nos meus sonhos supremos
Vejo um caíque sem remos
Na luz desse eu olhar

Eu canto e sonho
com jeito de menino
Que embretou seu destino
Nalgum potreiro da infância
Por isso as vezes
Minha alma bugra
Entra em cio
E vira canção de rio
Sonorizando as distâncias

Sou rio tranqüilo
Estradas, caminhos, rastros
No lume eterno dos astros
Na quincha da madrugada
Isco meus sonhos
No clarão do amanhecer
E jamais ai de correr
Atrás de estrela apagada

Por isso MINHA LINDA
Quando a noite cai em mim
Se acende la no confim
Um nova estrela a brilhar
E a LUZ que vem dos TEUS OLHOS
Ave matreira
Se transforma em cachoeira
E faz o caíque virar

Autor: João Sampaio, Itaqui,RS

Gaúcho Uma raça ou um povo diferenciado

No século XVIII, o Brasil foi marcado pela disputas de territórios entre Portugueses e espanhóis, e o RGS literalmente foi divido ao meio, onde traçou-se uma linha divisória começava nas missões e terminava no meio da campanha. Nessa época, nossa terra era somente habitada por índios. E a coroa espanhola sabendo da imensidão de terra que possuíamos, resolveu enviar pessoas dispostas a explorar-la. Só tiveram dificuldade de encontrar candidatos de fundamento (nobres) que se habilitassem a aceitar essa “indiada”. Pois não iam deixar de desfrutar das suas riquezas e posses em seu país, para se aventurar em um país em período de colonização. Então, não tendo mais nenhuma alternativa, resolveram então desafogar as prisões e mandar aqueles que tinham de pior por lá, ou seja: Ladrões, assassinos, piratas, contrabandistas e prostistutas. E essas figuras, nos anos que povoram nossa região, por incrível que pareça, tiveram grande importância na história, Pois através de seu cruzamento com os índios(charruas, guenoas, guaranis), criaram uma raça impar em todo mundo: “O gaúcho”. Que através das rudezas que enfrentava, se consolidou forte, terrunho, aldaz, destemido e valente. Nós gaúchos somos sim, um povo diferenciado do resto do país, pois temos sangue espanhol correndo em nossas veias, como dizem os versos de Don Noel: “Temos raça e procedência, caderno de pedigree”. Tenho muito orgulho de nossa história e ter nascido gaúcho e se for preciso morro pelo meu estado, pois o rio grande é minha pátria é minha querência e a amo acima de tudo. Pena que, a grande maioria dos gaúchos não pensa assim, pois se deixou influenciar por modismos estrangeiros e pouco a pouco perdeu sua identidade, esquecendo de suas raízes, costumes e tradições. Para vocês terem uma idéia, nossos estados vizinhos do Paraná e Santa Catarina, cultivam muito mais as nossas tradições do que nós. Nesses estados, os CTGs estão super ativos e não falta festa campeira para se ir. Bem diferente daqui do Rio Grande, pois da para contar nos dedos os CTGs que estão em atividade, pois a grande maioria esta falida e quase fechando as portas. E as festas campeiras nem se fala, estão quase extintas. É... caros leitores, infelizmente isso tudo realidade e a mais pura verdade é que: o Rio Grande não é mais o mesmo, somos ainda de uma raça impar, porem diferenciados há muito tempo deixamos de ser.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 13 a 15 de dezembro de 2008.

Antigamente

Antigamente, tive o privilégio de conviver com vários animais da nossa fauna pampeana. Ao campeirar se via tatus e veados entre o chircais, se via perdigões e jacus nos arvoredos, à tardinha se escutava os gritos dos sorros retumbarem aos quatro cantos e volta e meia recebia a visita de um zurrilho na volta das casa, procurando alguma galinha pra saciar sua fome. Há cerca de 5 anos, uma granja arrendou um campo lindeiro pra plantar soja. Plantar soja é um grande negócio, pois seu investimento inicial é de R$1.000/ha no plantio e chega a ter um retorno financeiro na colheita de no mínino R$3.000,00/ha. Mas só que em conseqüência dessa excessiva ganância de visar somente o lucro e não se importar com nada mais, é o quase o desaparecimento de grande parte dos animais dessa região. Pois, infelizmente não vejo mais, nem sorros, nem zurilhos e muito menos veados. O máximo que vejo é algum tatu ou algum jacu ressabiado. Vejam como são as coisas: Um granjeiro pode plantar soja e matar centenas animais silvestres e não receber nenhum tipo de punição! Agora se o cidadão, tiver a infelicidade de ser pego pela polícia com uma caça, que muitas vezes é a única maneira dele colocar um pedaço de carne na mesa de sua família, com certeza será preso e vai mofar na cadeia. Vejam bem, não quero eu aqui incentivar a caça, de maneira alguma. Só queria mostrar a realidade nua e crua de nosso país. Que enquanto, em Brasília vive um escândalo atrás do outro, onde engravatados desviam-se milhões e milhões dos cofres públicos e ninguém sabe de nada, ninguém viu nada e tudo termina em pizza. O pobre trabalhador vive abaixo do mau tempo, suando a camiseta, batalhando dia pós dia para ganhar seu pão e com a plena convicção de que não pode sair dos trilhos em nenhum momento, pois se sair fora da linha, com certeza vai ter que pagar com juros e correção monetária pelo que fez. Como diz os versos de Don Ortaça: “há um ditado que corre no meu rincão, cadeia é pra pobre que rouba por precisão, é barão quem rouba muito, quem rouba pouco é ladrão... O mundo é feito pra todos, mas isso não corre certo, no repartir das boladas, leva mais quem ta mais perto, o grande encobre o pequeno e a sobremesa é do esperto”

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 15 a 17 de Novembro de 2008.

Um exemplo a ser seguido

No dia 31/08/2009 estava eu levando uma égua por terra, da localidade de Alvorito (Interior de Candiota) para a cidade Bagé, mas infelizmente pelo fato de estar totalmente destreinado, somente consegui leva-la até a localidade do Quebracho (Hulha Negra). Vinha eu tranqüilo, a “despacito” no mas, pela estrada da Serra da Hulha/Quebracho, adimirando os lindos campos daquela região, no caminho parei 3 vezes para pedir informação de quantos quilômetros dava até a região do Quebracho e qual era o nome do último proprietário de campo dessa estrada. Bueno, a tropeada foi grande, e quase chegando ao meu destino, vinha cansado pois já tinha percorrido 20km e andado mais 4 horas com pequenas pausas para descanso e vinha imaginando como seria minha recepção quando chegasse ao meu destino. Será que concordariam em deixar uma égua de um estranho em seu campo por 3 dias? Finalmente depois de 4 horas de cansativa tropeada, cheguei à propriedade do Sr Paulo Lemos, gritei “oh de casa!” E logo sr. Paulo venho me receber no portão. Apresentei-me e logo após pedi encarecidamente se podia deixar minha égua no seu campo por 2 ou 3 dias no máximo, respondeu que não teria problema algum e sem cerimônia alguma, mandou que apeasse e fosse para o galpão desencilhar. Desencilhei e larguei a égua ali mesmo. Ao conversar com sr. Paulo percebi que sua família é composta por sua esposa e mais dois filhos “especiais” e que seu rancho era bastante humilde. Pois sr. Paulo me surpreendeu com um convite inesperado para almoçar. Inicialmente não aceitei, pois achava que era muito abuso de minha parte e ainda por cima tinham 3 visitantes. Insistiu e resolvi aceitar. Analisando bem a situação, sr. Paulo tinha todos os motivos do mundo de sobra pra não deixar de acolher minha égua e muito menos me oferecer um prato de comida. Então pergunto aos leitores: Como se chama esse sentimento que Paulo demonstrou? Chama-se hospitalidade, que aliás antigamente era a marca registrada do gaúcho, que hoje infelizmente anda esquecida e já quase extinta, pois grande parte da sociedade é individualista e não se preocupa em nem um pouco com a situação dos outros. Ando por aí, converso com centenas de pessoas, mas da pra contar nos dedos os que agem assim com a mesma hospitalidade do sr. Paulo. Espero que a história de Sr Paulo sirva de exemplo para todos e que parem, pensem um pouco e reflitam que todos nós somos irmãos e devemos nos ajudar uns aos outros...

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 12 a 13 de Outubro de 2008.

LEGADO FARROUPILHA

A semana farroupilha é um período do ano onde todos nós nos reunimos para comemorar os grandes feitos de nossos antepassados que lutaram com muita garra e valentia contra o império, que por sua vez era muito mais preparado, tanto em contigente de homens, quanto em força de fogo. Nossos combatentes eram formados por peões de estâncias, tropeiros, changueiros etc... que na maioria das vezes, eram chefiados por estancieiros ou por tauras de grande aptidão militar.
Nossa logística era fraquíssima, que nem uniforme tínhamos, peleávamos com os mesmos trapos por várias e várias batalhas. Mesmo assim com todas essas dificuldades, passando fome e frio, “fedidos e mal pagos”, não deixaram de lutar sequer uma vez, nesses 10 anos de guerra sangrenta para defender com unhas e dentes nosso amado pago.
Não ganharam a guerra, mas nos deixaram a lição: que gaúcho que é gaúcho deve defender seu chão abaixo de mau tempo, custe o que custar, que nosso estado é singular e somos sim um povo diferenciado, pois o rio grande é nossa pátria e o amamos acima de tudo.
Devemos manter essa chama sempre acessa e de levá-la a diante. Por isso peço para todos os pais que incentivem seus filhos a cultivar as nossas tradições e costumes, que não os deixem se influenciar pelos modismos que a televisão faz questão de espalhar, pois isso é que nem onda de mar, que vem e passa, mas nosso chama farrapa não, corre firme forte em nossas veias como as águas de nossos rios e embora o mundo se acabe nosso legado permanecerá por toda a eternidade.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 13 a 14 de Setembro de 2008.

Histórias do melhor amigo do homem

Aproveitando o espaço, venho contar uma história de amizade entre um cachorro e seu dono. Todo santo dia o senhor Danilo Nunes Portela se desloca de carro de sua residência para o trabalho. Não tem um dia sequer que sua cadê chamada “Preta” não o acompanhe. Este querido animal não sabe o que é tempo feio, pois seu amor por seu dono é tão grande, eu pode até chover canivete que ela não o abandona.
Um dia desses, por infelicidade, um carro pegou a Preta, tirando um “tampão” de couro de sua pele, causando um ferimento de mais ou menos meio palmo. Foi curada, medicada e em conseqüência do acidente, por segurança seu dono resolveu prendê-la. Mas quem dia da Preta veia ficar quieta? Pois ela se revirou, mexeu e se soltou, saindo correndo atrás de seu dono, mesmo machucada.
Recentemente Preta deu mais uma grande prova de sua lealdade ao pousar noite e dia no trabalho do seu todo, por virtude de seu carro estar na oficina para conserto.
Quero parabenizar o senhor Danilo, pois uma amizade não se encontra em qualquer esquina. Que história da Preta sirva de exemplo pra todos, pois hoje em dia no mundo globalizado as pessoas se tornaram muito individualistas e em conseqüência disso, deixaram de lado os velhos e bons costumes: de visitar um amigo (de pura e livre vontade e não por obrigação), de combinar uma janta, um baile ou mesmo fazer um lanche entre amigos. De se encontrar em na praça ou em qualquer outro lugar pra tomar um chimarrão e colocar o papo em dia...
Não quero fazer demagogia, só tenho como intuito frisar que muitas vezes encontramos muito mais calor, amizade e companheirismo em um animal do que em uma pessoa, pois o animal não tem interesse em troca de sua amizade e faz tudo isso e muito mais, porque seu sentimento é puro e vem do fundo do coração.

Publicado na Coluna Livre do Jornal A 1ª FOLHA, Página 03, de 09 a 10 de Agosto de 2008.