sábado, 20 de fevereiro de 2016

DESTRUIDORA DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO

No final do primeiro semestre de 2004, a Votorantim Celulose e Papel (VCP) comprou o Complexo Agropastoril Ana Paula e abarrotou os 14,5 mil hectares da propriedade de eucaliptos e acácias, desconfigurando o bioma pampa, transformando-o num “deserto verde”. Uma das estâncias do complexo, a “Aroeira”, ficava no território de Candiota e abrigava diversas sedes de estâncias antigas, algumas centenárias. O que era para ser conservado foi cruelmente destruído e metros e metros quadrados que guardavam a memória de gerações foram colocados abaixo, sem piedade, através de potentes tratores de esteiras. Nada foi poupado: coberturas, aberturas, pisos e acabamentos viraram um montão de entulhos e foram soterrados. Só restaram o arvoredo e as quintas como recordação de um tempo que, infelizmente, não volta mais. E pior que o caso não é isolado, pois a VCP demoliu várias sedes de estâncias antigas em outros municípios da Campanha Gaúcha. Seja qual for o motivo, nada justifica tal barbárie contra o patrimônio histórico do Rio Grande do Sul. Atualmente, a área da “Aroeira” pertence a uma multinacional chilena, produtora de celulose, que há mais dois anos, vem sofrendo constantes furtos de materiais de construção do único conjunto de casas e galpões que restou. Por essas e tantas outras razões, a Votorantim Celulose e Papel foi um fracasso e, ao invés de progresso, trouxe a destruição para nossa região.