segunda-feira, 14 de julho de 2014

“AVÔ GUERREIRO” – Quando a história vira música!


 José Vicente Corrêa

Texto e pesquisa: Diogo Corrêa

Até o momento da leitura do Jornal Correio do Sul (23 e 24 de julho de 2005), não tinha a menor ideia a respeito da vida de meu avô José Vicente Corrêa. Meu pai, Sylvio Corrêa, não era dado a comentários e dizia desconhecer os fatos, somente que, seu pai havia morrido em consequência de uma guerra  e que seus restos, haviam sido transladados para Bagé, algum tempo depois, por um genro, Plínio Azevedo e, sepultado no “Cemitério dos Azevedos”, na periferia da cidade. Após a leitura do trecho publicado abaixo, usei a expressão “EU TIVE UM AVO GUERREIRO”, que me inspirou a escrever a letra e consequente pesquisa para descobrir algo mais a respeito de meu avô. Após o relatado da Guerra do Paraguai, o estudo me levou a Revolução de 93 e por consequência a maiores informações, encontrei no Uruguai, inclusive a citação do “CLUBE DOS 21- ESTADO MAIOR DE JOCA TAVARES “, coisa que não ouvira e contemporâneos nossos não tinham conhecimento, visto que, a historiografia oficial não relata e a foto que ilustra a matéria, pertence ao acervo do Museu de Rivera no Uruguai, comprova, o General Joca Tavares e seus oficiais de Estado Maior e que, durante o cerco de Bagé, acamparam no local onde hoje é o Parque da Associação Rural.

AS PRIMEIRAS DÉCADAS DE BAGÉ

(Publicado no Jornal Correio do Sul, edição de 23 e 24 de julho de 2005- trabalho de pesquisa do Prof. Cláudio Boucinha, texto original de Jorge Reis, Ajudante do Procurador da República e Encarregado da Estatística Municipal).

No mesmo mez de agosto de 1866, marchou desta cidade, afim de incorporar-se ao 2º Corpo de Exército, o 12º corpo provisórios de cavallaria comandado pelo Tenente Coronel Antero Rodrigues Soares, que infelizmente morreu em S. Borja, não conseguindo chegar ao theatro da guerra. Faziam parte desta corporação como officiaes, distinctos e conspíscuos patriotas, a maior parte abastados fazendeiros e capitalistas, que com nobreza, rara abnegação e civismo, tudo abandonaram em defeza da pátria. 

Eis os seus nomes: 

Major Fiscal Faustino João Corrêa; 
Capitães José Corrêa da Silva Borba, Boaventura Gonçalves da Silva, Militão Goularte Pinto, João José Amado e Serafim Antonio Tarouco.

Subalternos: 

Tenentes Maximiano José Corrêa, Ignácio Alves Pereira, José Jacintho Fagundes, Bernardino José Vaz, Manoel José Amado e José Manoel Goularte, quartel mestre. 
Alferes Antonio Joaquim da Silveira, JOSÉ VICENTE CORRÊA (avô paterno de Diogo Corrêa), Noé José Machado, Leonel José Corrêa (avô materno de João Corrêa Dóglia), José Jacintho Pereira, José Luiz Costa Filho, secretario, Antonio Soares da Silva e Antonio Rodrigues Soares, porta estandarte.

Quase ao mesmo tempo, daqui marchou um esquadrão vindo de Cruz Alta ou Passo Fundo, commandado pelo Capitão Polycarpo Vidal de Almeida Pillar...

                                                       CLUBE DOS 21:
Legenda em espanhol (alto a direita da foto): Clube de los 21: Amigos y compañeros de Gomersindo y Aparizio Saravia em la Revolucion Federalista Brasilera, Francisco Cabeda, Rafael Cabeda (Livramento) y el Gral. Yoca Tavares (de la fusta) y Torquato Severo (D.Pedrito)...


Avô Guerreiro (Letra)


Eu tive um avô guerreiro que foi parceiro de Joca
Se a cada um lhe toca o que por destino escolheu
Por estes campos correu, por estas plagas porfiou,
Contra tiranos lutou por liberdade morreu...

Eu tive um avô guerreiro dos Clube dos Vinte e um,
Por esta causa comum de pelear pela querência
Marcando sua existência em outros pagos peleou
“A los gaúchos se hermano” lutando pela decência…

Eu tive um avô guerreiro que andou com Gumersindo.
Por andar indo e vindo, guerreando por este chão
Sem jamais abrir a mão do sonho de igualdade
Lutando por liberdade entregou seu coração...

Eu tive um avô guerreiro que lutou com Aparício.
Não mediu sacrifícios, defendendo a verdade
Contra a desigualdade sem jamais esmorecer
Pra morrer em Massoller, lutando por liberdade...

Eu tive um avô guerreiro, gaúcho de olhar franco,
No pescoço um lenço branco que nas peleias de terra,
Foi emblema de guerra e, hoje, par quem me visa,
No meu pescoço a divisa do branco que a paz encerra.

Esta música concorreu no Laçador do Canto Nativo de Porto Alegre (1ª edição) e na 35ª Califórnia da Canção em Uruguaiana, interpretada por Rainéri Spohr, com acompanhamento no violão solo de Guilherme Collares e violão base de Julio Froz.

Vídeo da música "Avô Guerreiro":








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