É inegável que as filmagens do longa metragem: “O Tempo
e o Vento” em Candiota trouxeram ânimo para o turismo da cidade. No entanto,
isso não significa que o patrimônio histórico de Candiota seja valorizado.
Começando pelo próprio palco das cenas, o Cemitério Alto Santa Rosa, onde uma
parte do muro de pedras está no chão, o qual poderia ser consertado
tranquilamente, se usassem 5% da contrapartida que o governo municipal deu para
que as filmagens ali acontecessem. Sempre que posso, falo para as pessoas, que
Candiota é sem dúvida de fato um manancial histórico. Porém basta darmos um
volta pelo interior de nosso município e constataremos um total abandono e
pleno descaso por parte do atual governo em relação aos pontos turísticos e
históricos de nossa cidade. Somente na região do Passo do Tigre, existem
diversos lugares de importante relevância histórica, podendo citar a antiga
Estação ferroviária de Candiota, a antiga sede da estância do Brigadeiro Manoel
Lucas de Lima e seu Mausoléu construído em estilo neoclássico, todos datados da
segunda metade do século XIX, os quais se encontram em estado deplorável. Nessa
localidade também existiu o núcleo habitacional mais antigo de Candiota,
conhecido como “Vila Passo do Tigre”. Este foi um povoado prospero, onde
existia farmácia, armeiro, ferreiro, farmacêutico, escrivão, frege e o armazém
do Sr. Elias Karam, em que o xiru entrava só de cueca e saía pilchado e o
cavalo em pelo saía encilhado. Este libanês doou uma área de seu campo para
construção de uma igreja, na qual muitos casamentos ali foram realizados e esta
atualmente se encontra totalmente abandonada, praticamente tapera e o governo
nada faz para resolver o caso, bem como os demais pontos históricos relatados.
Sem o falar os outros pontos históricos e turísticos dos demais distritos que
não fogem a mesma regra. Isto tudo nos comprova que o atual governo não sabe
explorar seu potencial turístico, pois não dá o mínimo de valor para seu
patrimônio histórico e se depender do empenho destes, a história de nossa
cidade, mais cedo ou mais tarde, infelizmente morrerá.
Cássio Lopes, 05/10/2012
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