Dia 08 de abril de
1991, aconteceu um dos episódios mais tristes da história de Candiota. Às 20
horas e 15 minutos a Fazenda São Pedro foi invadida por quatro 4 mil integrantes do
movimento sem terra. Seu proprietário Carlos Caggiano Netto, juntamente com
mais 16 pessoas entre eles empregados, amigos e policiais que alia faziam
segurança foram primeiramente recepcionados por um “corredor polonês”, onde
foram agredidos com socos, pontapés, pontaços e pauladas. Dali foram todos levados
a um quarto medindo apenas 2x3 metros onde foram saqueados seus pertences e
mantidos presos por cerca de 2 horas. Após foram levados para o banheiro das
empregadas no pátio interno da casa. Ali sofreram tortura psicológica através
da prática da “roleta russa”. As solas dos pés dos soldados foram esfregadas
com escovão de aço e no proprietário lhe colocaram um cesto de papel higiênico
sobre a cabeça, que a todo o momento ameaçavam atear fogo. A partir daí, as
vitimas perceberam que não estavam sendo agredidos apenas por simples colonos e
sim por pessoas treinadas para tortura, sequestro, guerrilha, cárcere privado e
formação de quadrilha, objetivando através da pressão chamar a atenção das
autoridades, o que realmente aconteceu. Deputados, vereadores, juízes chegaram
ao local. O Chefe da Casa Civil do Estado, Dr. Mathias, e o “olhos azuis”,
então vereador tinham a missão de convencer os colonos a libertar os
prisioneiros. Qual foi à estratégia? A
alegação que o proprietário tinha desistido de suas terras, sendo estas num
total de 586 hectares eram comprovadamente produtivas. Com esta manobra, dia 09
de abril, após longas horas de cativeiro, os prisioneiros foram então libertos
ao meio de um “corredor polonês”, onde os manifestantes gritavam frenéticos:
“Ocupar, resistir, produzir” e “Viva a reforma agrária! Viva!”. Quinze anos após, um fenômeno semelhante
aconteceu na cidade, onde dezenas de famílias, em sua grande parte assentados,
não só de Candiota, bem como municípios vizinhos invadiram áreas dentro do
perímetro urbano de Dario Lassance. Podendo destacar o lugar hoje conhecido
como “Portelinha”, que outrora era pertencente à rede ferroviária; uma área de
propriedade particular hoje cognominada como “Areal” e atual Rua Aracy Martins.
Alguns trechos desta e sua extensão até a estrada da mina foram considerados
áreas de riscos. Visando solucionar esse problema o Poder Público Municipal
adquiriu uma área de campo em anexo para construção 207 moradias populares.
Pois justamente essa área foi invadida no dia 03 de Agosto do corrente ano, por
cerca de 100 pessoas oriundas de Candiota e alguns municípios vizinhos como
Pinheiro Machado, Hulha Negra e Pedras Altas. Com o passar do tempo, o
movimento ganhou mais adeptos, aumentando o número de acampados para 230
pessoas, que desocuparam o local dia 13, em cumprimento ao mandado de
reintegração de posse expedido pelo Poder Judiciário. Como não se bastasse,
alguns manifestantes descontentes com a decisão, ocuparam uma área particular,
próximo ao ginásio municipal. Assim que soube do ocorrido o proprietário entrou
com reintegração de posse e os manifestantes deixaram o local. É caro
leitores.... Por estes e outros tantos fatos, Candiota já não é mais conhecida
como “Capital Nacional do Carvão” e sim “A Terra da Invasão”.
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