quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Cachorro Véio!




Este cachorro que vos falo é uma cruza de labrador com linguiçinha. De pelagem marrom, poderia ter sido chamado de “Chocolate”, mas boi batizado como o nome de “Cyborg”. Quando filhote era fofo e brincalhão, mas quando se tornou adulto, começou a ficar encrenqueiro. Apesar de pequeno, comprava briga com qualquer cachorro que cruzasse seu caminho, independente do tamanho, não refugava parada. Não respeitava quase ninguém, inclusive seu dono, mas não sei por que carga d’água simpatizou comigo e logo ficou meu amigo. Certa feita, fui correr para o lado do antigo matadouro municipal e o cusco me seguiu. Quando cheguei à frente do Bagé Hourse, um trio de ovelheiros lhe “amontoaram” como fosse um saco, mais que ligeiro desfiz o entrevero. Outra vez me seguiu até o supermercado e ali um galgo lhe pegou pela nuca, fazendo-o virar uma pirueta no ar, parecendo um ioiô e quando tocou no chão foi atacado por uma dezena de cachorros. De pronto, apartei a peleia. Como se não bastasse, Cyborg não aprendeu a lição e me seguiu novamente e quando fui atravessar uma rua “entupida” de cuscos, estes lhe arrastaram e um enorme cachorro, que mais parecia um terneiro, lhe agarrou pelo pescoço e o pressionou contra o barranco. Nessa ocasião fui obrigado a dar um chute no cachorrão, para dispersá-lo, pois estava matando meu amigo. Em todas essas situações nunca se acovardou e peitou todos seus adversários. Entretanto, viver peleando, teve suas consequências. Em maio desse ano, começou a decair. Então foi levado ao veterinário, que constatou após uma série de exames, que Cyborg estava com o corpo cheio de tumores. Ali no consultório ficou em tratamento intensivo, na esperança que melhorasse, mas de lá não saiu mais e acabou morrendo faltando três dias para findar o mês. Hoje, passados três meses, confesso que ainda não me acostumei com sua ausência e a cada dia que passo pelo lugar onde ficava sua casinha, parece que sinto sua presença, como estivesse me recebendo, de rabo abanando, alegre e façeiro, como sempre fazia e em meus ouvidos ainda ecoa seu latido rouco, inconfundível, meu cachorro veio!

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