sexta-feira, 30 de agosto de 2013

CEMITÉRIO DA GUARDA RECEBE LIMPEZA E PINTURA EM TÚMULOS E MAUSOLÉUS

                    Voluntários a ONG Fazenda Esperança executando a limpeza entre os túmulos

O Cemitério da Guarda é um local de relativa importância história, pois além de ali, por volta de 1786 ter existido uma guarda de pequeno porte, também abriga os restos mortais de José Francisco Lacerda, conhecido popularmente como “Chico Diabo”, que se notabilizou por ter ferido mortalmente, com uma lançada o ditador Francisco Solano Lopez, em Cerro Corá, nos campos do Paraguai, no dia 1º de março de 1870, dando assim, fim a Guerra da Triplice Aliança, após seis longos anos de lutas. 

                         Voluntários a ONG Fazenda Esperança executando a pintura nos túmulos

O local fica a 20 km do centro de Bagé, na localidade conhecida como “Olhos D’agua”, hoje distrito de Joca Tavares. O mesmo se encontrava em total estado de abandono, infestado de capim annoni, árvores espinhosas e lixo por todos os lados. 
                                               Assessores também efetuaram a limpeza   

No entanto, dia 18 do corrente mês o vereador Uílson Morais, assessores e voluntários da ONG Fazenda Esperança colocaram um fim nessa triste situação e deram o devido tratamento que o cemitério necessitava. Além executar a limpeza do local, pintaram os túmulos e mausoléus ali existentes. 
                Vereador entre assessores e voluntários após pintarem o mausoléu do "Chico Diabo"

Essa iniciativa nos tempos de hoje, onde só ouvimos falar de escândalos envolvendo políticos, é digna de reconhecimento. Parabéns Uíslon Morais, finalmente Bagé tem um vereador comprometido em conservar a história de nossa cidade. Tenho certeza que este é apenas um dos muitos projetos que irás concretizar na Rainha da Fronteira. 



                                              Cemitério sob vários ângulos após a limpeza

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Cachorro Véio!




Este cachorro que vos falo é uma cruza de labrador com linguiçinha. De pelagem marrom, poderia ter sido chamado de “Chocolate”, mas boi batizado como o nome de “Cyborg”. Quando filhote era fofo e brincalhão, mas quando se tornou adulto, começou a ficar encrenqueiro. Apesar de pequeno, comprava briga com qualquer cachorro que cruzasse seu caminho, independente do tamanho, não refugava parada. Não respeitava quase ninguém, inclusive seu dono, mas não sei por que carga d’água simpatizou comigo e logo ficou meu amigo. Certa feita, fui correr para o lado do antigo matadouro municipal e o cusco me seguiu. Quando cheguei à frente do Bagé Hourse, um trio de ovelheiros lhe “amontoaram” como fosse um saco, mais que ligeiro desfiz o entrevero. Outra vez me seguiu até o supermercado e ali um galgo lhe pegou pela nuca, fazendo-o virar uma pirueta no ar, parecendo um ioiô e quando tocou no chão foi atacado por uma dezena de cachorros. De pronto, apartei a peleia. Como se não bastasse, Cyborg não aprendeu a lição e me seguiu novamente e quando fui atravessar uma rua “entupida” de cuscos, estes lhe arrastaram e um enorme cachorro, que mais parecia um terneiro, lhe agarrou pelo pescoço e o pressionou contra o barranco. Nessa ocasião fui obrigado a dar um chute no cachorrão, para dispersá-lo, pois estava matando meu amigo. Em todas essas situações nunca se acovardou e peitou todos seus adversários. Entretanto, viver peleando, teve suas consequências. Em maio desse ano, começou a decair. Então foi levado ao veterinário, que constatou após uma série de exames, que Cyborg estava com o corpo cheio de tumores. Ali no consultório ficou em tratamento intensivo, na esperança que melhorasse, mas de lá não saiu mais e acabou morrendo faltando três dias para findar o mês. Hoje, passados três meses, confesso que ainda não me acostumei com sua ausência e a cada dia que passo pelo lugar onde ficava sua casinha, parece que sinto sua presença, como estivesse me recebendo, de rabo abanando, alegre e façeiro, como sempre fazia e em meus ouvidos ainda ecoa seu latido rouco, inconfundível, meu cachorro veio!

Documentário "Candiota Natural"

                                    Expedição Nascente do Arroio Jaguarão - Chácara das Corujas


Por mais ou menos quatro meses fui vaqueano da equipe do Rastro Selvagem pelo interior de Candiota. Durante esse tempo foram realizadas as seguintes incursões:

1 - Expedição Passo do Tigre, em 17/11/2012;
- Expedição Nascente do Arroio Jaguarão, em 29/12/2012;
3 - Expedição Estação Ferroviária Candiota e Passo do Marmeleiro, em 20/01/2013.


                       Expedição Nascente do Arroio Jaguarão - Propriedade de meu Valdeci Ritta Lopes

Os trabalhos de campo consistiam em fotografar e filmar não só a vida selvagem da Capital Nacional do Carvão, mas também em registrar os acidentes naturais de destaque e os pontos históricos de relativa importância. Em meio a tudo isso, tivemos a oportunidade de flagrar momentos da lida campeira, tais como :
- Transporte de tropa estrada a fora, 
- Banho de gado;
- Cura de bicheiras em terneiros novos pealados a laço;
- Cuscos que trabalhavam incessavelmente para conduzir o gado pelos campos até a mangueira de pedra, alguns usando as brechas do brete para dar um cutucão na rês que as vezes empacava e dar o empurrão necessário para essa mergulhar no banheiro.
- A raríssima cena onde o cachorro ovelheiro que subia nas largas paredes da mangueira, visando guarnecer a porteira e garantir que nenhuma vaca dali escapasse.
- Os constantes banhos que a cuscada tomava no açude ao lado da mangueira, visando se refrescar do calor escaldante;
                                      Expedição Estação Ferroviária Candiota e Passo do Marmeleiro


Findada as expedições, a equipe, composta por João da LuzGustavo ArrudaPablo Ribeiro e Gustavo Fonseca trabalhou com todo esmero visando "filtrar" todos materiais garimpados por meses para incluí-lo num vídeo de quase trinta minutos. Tarefa difícil, mas não impossível de ser concretizada. 

Após vários trabalhos de divulgação através dos jornais da região, enfim chegou o dia da exposição ao público do documentário, que aconteceu no dia 10 de junho do corrente ano no CTG Candeeiro Do Pago. Através da ajuda da Prefeitura de Candiota se fizeram presentes vários alunos das escolas do município e universitários de pelotas, além do público da cidade.
Depois de breves discursos de algumas autoridades presentes e apresentações artísticas, o vídeo foi então rodado e mesmo antes de aparecer os créditos, o público aplaudiu de pé, com extremo frenesi o material apresentado.
Bueno, queria aqui frisar que durante o tempo que convivi o Rastro Selvagem aprendi a ter um olhar mais sensível para as coisas da natureza que outrora passavam desapercebidas. Hoje, procuro atentar aos mínimos detalhes da vida selvagem, seja ela o tamanho que for. E dentre uma virtudes da equipe, destaco a humildade, fator que influência e muito na aproximação das pessoas.
O Rastro Selvagem é uma empresa relativamente jovem, falando numa linguagem empresarial, mas a medida que o tempo passa, o know how vai aumentando, fazendo com que a equipe evolua a cada trabalho realizado, ganhando assim credibilidade, chave importantíssima para se obter o sucesso.