Recentemente o Prefeito de Bagé e
o atual Presidente da Câmara Municipal de Vereadores, concederam entrevista a
TV Câmara de Bagé. Vários assuntos foram abordados, mas um em especifico me chamou
a atenção: A estiagem que nossa cidade enfrenta. Em determinado momento da fala
do Prefeito, o mesmo disse que um dos fatores que prejudica a instalação de
novas indústrias é, justamente, a falta d’agua. Isto claramente é
injustificável, pois não foi impedimento ou empecilho para que uma montadora de
ônibus e carrocerias uruguaia viesse aqui investir. Nos primórdios, vários
fatores impediram que aqui ocorresse a revolução industrial, podendo destacar o
estabelecimento da faixa de fronteira por dispositivo constitucional,
considerando a faixa de 150 quilômetros a partir de qualquer ponto das
fronteiras com o Uruguai e a Argentina, como área onde não se podiam
estabelecer indústrias significativas. Entretanto, em nossos dias, o que
realmente pesou e, ainda pesa, nesse processo é pura vaidade: “A ferrenha
disputa de quem vai ser o pai da criança”, ou seja, quem vai trazer o
investidor. Isto ocorreu na gestão anterior, onde várias empresas aqui não se
instalaram porque não foi o “olhos azuis” quem estava a frente das negociações.
E, nessa guerra entre titãs, quem sai perdendo é o povo bageense. A propósito,
como bem destacou o atual prefeito no decorrer de sua entrevista, o problema da
estiagem é antigo, data desde o inicio do século passado. Muitos salientam que
na década de 1950 já havia racionamento em nossa cidade e outros destacam que a
barragem da Sanga Rasa foi construída, na época, com a promessa de acabar com
esse problema. O que infelizmente aconteceu só por um momento. Atualmente, essa
triste realidade insiste em permanecer e, pensando em dar um basta nessa
situação, a Barragem da Arvorezinha foi por “olhos azuis” planejada e,
parcialmente, executada por seu sucessor. Entretanto, se estes não abrirem os
olhos e não concluírem a obra ainda nesse ano, correm o grande risco de não
serem reconhecidos como os pais da criança, pois, afinal de contas, o
verdadeiro pai não é o que faz e sim quem cuida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário